Punição incluiria congelar quaisquer ativos dos EUA e impedir todos os americanos e empresas dos EUA de negociar com indivíduos ou entidades sancionados
De acordo com artigo publicado na revista Reuters, no dia 23, os Estados Unidos querem reprimir criminosos ambientais envolvidos no desmatamento na Amazônia brasileira usando penalidades como as sanções de Magnitsky.
Entretanto, o contexto político e ambiental levam a crer que a estratégia é prejudicar a soberania do Brasil, principalmente ao levar em conta que os EUA estão entre os três países que mais agravam as mudanças climáticas (de acordo com relatório da Global Carbon Atlas atualizado em 2021), estando atrás somente da China e tendo emitido dez vezes mais carbono que o Brasil em 2021. Por que os Estados Unidos querem consertar um problema brasileiro que existe, de forma ainda mais preocupante, em seu próprio território?
Pode parecer hipocrisia vindo do segundo maior poluidor mundial, mas, de acordo com as autoridades americanas, ao jornal Reuters, a estratégia de Washington, em teoria, é combater o aquecimento global adicionando sanções diretas ao seu kit de ferramentas de incentivos fiscais, “cutucadas” diplomáticas e acordos multilaterais complexos, com o único objetivo de combater as mudanças climáticas de forma mais agressiva.
Entretanto, algumas perguntas tornam difícil acreditar nessa justificativa, principalmente quando recordamos que as sanções de Magnitsky foram utilizadas para viabilizar o golpe da presidenta eleita Dilma Roussef, em 2016.
Por que essas sanções estão sendo propostas agora que o presidente eleito de esquerda, Luiz Inácio Lula da Silva, assumirá o cargo em 1º de janeiro? Tendo sido Lula responsável por reduzir o desmatamento brasileiro em seu governo, enquanto Jair Bolsonaro, seu sucessor, contribuiu ativamente para o aumento, não seriam suspeitas as sanções somente agora?
Lula acredita que Washington, com a justificativa de acabar com a corrupção, ajudou os promotores brasileiros a prendê-lo por acusações injustas, com o único objetivo de quebrar a Petrobrás e inviabilizar o protagonismo mundial brasileiro no setor petroleiro.