Expedição retira mais de 20 mil colônias de corais do mar e ajuda a conservar o arquipélago de Alcatrazes, em São Paulo

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Espécies é mais competitiva que as nativas e pode causar destruição

Imagem: Wikimedia Commons

Quem vê um coral desses no fundo do mar se maravilha com sua exuberância. O que não sabe é que esse tipo de espécie, conhecida como coral-sol, é predadora no Oceano Atlântico e invade cada vez mais a Amazônia Azul comprometendo a vida de outros corais nativos, peixes e outros animais que vivem na costa nacional.

Em Alcatrazes, arquipélago que fica a 43 km da costa da cidade de São Sebastião (SP), a espécie invasora tem afetado a Unidade de Conservação, levando os pesquisadores da região à realização de uma série de expedições desde 2013 para retirada do coral.

Em janeiro de 2017, foi realizada mais uma dessas expedições, com a participação de 20 pessoas, entre voluntários e funcionários do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do WWF-Brasil e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Ao todo, foram retirados do fundo do mar 20 mil colônias de coral sol durante cinco dias, entre os dias 6 e 10 de janeiro.

As espécies que vêm surgindo em Alcatrazes são do tipo Tubastraea tagusensis, de origem equatorial, e Tubastraea coccinea, vinda do Indo-Pacífico. Ambas têm alto poder danoso ao meio ambiente, já que roubam o espaço e os subsídios de outros corais, dificultando a vida de diferentes tipos de espécies marinhas.

O mal é causado porque as espécies estrangeiras são mais competitivas que as nativas, conseguindo alastrar-se com mais facilidade no ambiente. Assim, a expedição busca retirar o coral sol do oceano para que as espécies locais ganhem tempo para se adaptar com a invasora.

Arquipélago de Alcatrazes

Em um dos cenários mais paradisíacos do Brasil, onde a pesca é proibida e um dos poucos usos públicos a ser permitido é o turismo de mergulho, está o Núcleo de Gestão Integrada ICMBio Alcatrazes (NGI Alcatrazes), dividido entre a Estação Ecológica Tupinambás e o Refúgio de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes. Ambos prezam pela conservação da biodiversidade do arquipélago por meio de diferentes objetivos.

A Estação Ecológica é uma área de abrigo, reprodução e alimentação da biodiversidade marinha local, permitindo a realização controlada de visitas apenas com objetivos educacionais e pesquisa científica. Em suas águas, que totalizam cerca de três mil hectares, é possível encontrar espécies ameaçadas de extinção, como a toninha e a raia-viola.

Já no Refúgio, estão protegidas as espécies marinhas ameaçadas e migratórias, como as aves marinhas do arquipélago. São ao todo 91 espécies, sendo 12 ameaçadas de extinção.

Juntas as áreas, por não permitirem pesca, possibilitam que muitas espécies comerciais de peixe sobrevivam e repovoem seu entorno, garantindo a subsistência de muitas comunidades de pescadores artesanais.

Unidade de Conservação

A importância de proteger o arquipélago é tanta que, durante a expedição realizada neste mês, foram autuados dois barcos fazendo uso irregular da Unidade de Conservação. Ou seja, além de auxiliar a biodiversidade de toda a região, obtendo maior controle de espécies invasoras como o coral sol, a expedição ajuda na fiscalização do espaço.

Para isso, o NGI Alcatrazes conta com o apoio de voluntários, que ajudam a disseminar a importância da conservação desses ambientes. Quem quiser participar do processo, basta entrar em contato pelo telefone (12) 3892 4427 ou pelo e-mail ngi.alcatrazes@icmbio.gov.br.


Fonte: WWF Brasil

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