O conceito de externalidades se refere aos efeitos sociais, econômicos e ambientais indiretamente causados pela venda de um produto ou serviço. O presidente da North American Economic and Finance Association (Associação Norte Americana de Economia e Finanças), Dominick Salvatore, diz que as externalidades se resumem à “diferença entre custos privados e custos sociais ou entre lucros privados e lucros sociais”. Isso significa que as externalidades nascem na economia e podem ser negativas ou positivas para a sociedade.
Uma empresa pode gerar fatores que prejudicam outras empresas e as pessoas ao seu redor de formas que não estão diretamente relacionadas com os bens que produz, mas sim com suas consequências.
Veja exemplos de externalidades negativas no nosso dia a dia:
A pecuária tem uma pegada hídrica muito alta e as áreas de pasto são responsáveis por muito desmatamento. A pesca também pode ter um lado ruim, pois animais ameaçados de extinção acabam capturados acidentalmente pelos pescadores e se machucam gravemente, nem sempre sobrevivendo.
Suponha que a empresa X produza carros e caminhões. Suas externalidades vão desde os custos médicos dos mineradores que ficam doentes para extrair a matéria-prima dos veículos (o ferro, para o aço da estrutura; o cobre, para a fiação elétrica; etc) até os custos médicos das pessoas que ficam doentes inalando a fumaça produzida pelo combustível consumido.
A indústria criou o conceito de obsolescência programada, fazendo produtos que duram menos ou lançando modelos de produtos melhorados (ou, às vezes, só com a cor diferente, mas já se cria uma nova moda) de pouco em pouco tempo, fazendo o consumidor acreditar que precisa do novo modelo quando o antigo ainda funciona perfeitamente.
O resultado disso: muito lixo, poluição do ar, do solo e da água. No caso da indústria têxtil, essa técnica de venda tem um nome mais específico, é a chamada prática do fast fashion. Entenda melhor esse conceito e seu contraponto nas matérias:
Mesmo quem não fuma sofre com os efeitos da fumaça e de outras formas de poluição causadas pelo cigarro. As mais de 4,7 mil substâncias tóxicas que ele contém contaminam o solo e a água.
Serviços de eletricista, pedreiro, encanador… você se preocupa com o local em que são descartados os resíduos gerados em obras na sua casa?
Além dos serviços de casa, muitos outros podem ter suas consequências. Os serviços médicos para nós e para os animais, por exemplo, geram resíduos hospitalares, que em sua maioria são incinerados, gerando poluição atmosférica.
Empresas também podem causar, “sem querer”, benefícios para outras empresas e população, que são chamados de externalidades positivas.
Veja exemplos de externalidades positivas mais próximas do nosso dia a dia:
Ao prestar serviços sociais, ONGs, associações, fundações e outras entidades fazem uma parte do trabalho do governo, diminuindo os gastos públicos.
Muitos estudos já relacionaram o maior grau de escolaridade com benefícios indiretos, como a redução da mortalidade infantil e da criminalidade.
Como as empresas podem ajudar a reverter as situações negativas causadas por suas mercadorias ou serviços oferecidos?
Um estudo sugere e justifica matematicamente que haja limitação para as externalidades negativas e que sejam bem definidos os direitos de propriedade para tentar “internalizar as externalidades”, segundo as palavras do autor. Isto seria seguir o teorema de Coase.
Também é interessante ouvir a opinião dos consumidores. Se você tem uma empresa, deixe uma caixa de sugestões na sede e nas lojas da empresa e um espaço especial para isso no seu site.
E ainda podem ser feitos projetos paralelos que ajudam a reduzir as externalidades negativas. Por exemplo, contra os problemas da pesca incidental que foi citada neste texto, instituições de preservação se associam aos pescadores com propostas de educação ambiental, como o Programa Interação Tartarugas Marinhas e Pesca, do Projeto Tamar.
Contra o problema das bitucas de cigarro, existem projetos de reciclagem de bitucas. Estas são apenas algumas formas de ajudar o meio ambiente, a sociedade e até os nossos bolsos. Boas ideias sempre aparecem, quem sabe você não tem uma?
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