A startup Space Forge levantou 10 milhões de dólares em fundos para a criação de fábricas autônomas em satélites retornáveis. A empresa visa a produção de materiais que não podem ser produzidos na Terra e que se beneficiam da falta de gravidade e do vácuo do espaço.
A produção de artigos feitos no espaço já é feita, incluindo um tipo de fibra óptica concluído na Estação Espacial Internacional pela companhia Made in Space. Ela atua desde 2010 e faz a impressão 3D de objetos na estação espacial desde 2014. É especulado que a fibra óptica de Made in Space pode otimizar o acesso a internet e de que a sua fabricação na Terra seria difícil. Alguns dos componentes dos cabos, quando esquentados, formavam bolhas e cristais, impossibilitando seu uso. Porém, na situação de baixa gravidade do espaço a criação desses empecilhos foi evitada.
As impurezas trabalham contra a eficiência dos produtos. Por isso, aqueles criados nas fábricas espaciais são mais eficientes — em cerca de 20%.
O espaço também é um ambiente propício para a criação desses objetos por conta da temperatura. É mais fácil esquentar ou esfriar materiais na órbita do que na Terra pela falta de ar na atmosfera.
Os fundadores da Space Forge alegam que a produção de materiais nas fábricas espaciais podem reduzir a emissão de gases do efeito estufa do planeta. Além disso, o sistema pode reduzir em 60% o uso da energia.
Essas fábricas podem otimizar a produção de turbinas de aviões que façam com que as aeronaves trabalhem com menos combustível. Em aviões elétricos, a tecnologia desenvolvida no espaço pode ajudar na conexão entre bateria e motor, que reduz a necessidade de equipamentos de resfriamento e consequentemente aumenta a capacidade do transporte.
Elas também podem ser uma chave para a energia eólica. As turbinas eólicas, quanto maiores, mais energia produzem. Porém, elas são feitas em pedaços pequenos por conta do seu transporte e instalação — feita por parafusos que conectam as peças. Os parafusos feitos no espaço serão mais fortes e eficientes para a confecção de turbinas maiores e mais eficientes.
As fábricas espaciais contarão com menos pessoas e são menores do que as fábricas terrestres.
O maior obstáculo para a Space Forge é a criação de satélites retornáveis. Os satélites, majoritariamente, são feitos para permanecer em órbita e não para voltarem à Terra. Satélites retornáveis geralmente não são viáveis pelo custo do seu envio, porém, o retorno de materiais feitos no espaço — que são valiosos e geram lucro — pode compensar.
A empresa promete se tornar a primeira empresa espacial carbono negativo e que vai observar e regular as suas emissões desde a produção dos satélites até seu lançamento.
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