A fadiga por compaixão é um risco ocupacional nas profissões de alta assistência, como as da área de saúde — nas quais a empatia, a compaixão e o cuidado com os outros estão no centro da prática. Considerada uma síndrome da saúde mental, a condição foi definida no início dos anos 90, quando ainda era considerada uma forma única de burnout.
No entanto, a fadiga pode ser diferenciada da síndrome de burnout. O burnout, por exemplo, é caracterizado como uma resposta psicológica que envolve exaustão emocional, despersonalização e redução da realização pessoal devido ao estresse ocupacional. Já a fadiga por compaixão surge ao lidar com indivíduos que estão em sofrimento psicológico ou que foram psicologicamente traumatizados.
A condição é desenvolvida com o tempo e afeta, principalmente, profissionais da área de saúde. De fato, uma pesquisa realizada em 1.885 médicos do Reino Unido mostrou que a cada 10 profissionais, sete sofrem desse tipo de fadiga.
Os resultados também mostraram que a grande maioria dos médicos está física e emocionalmente exausta demais para demonstrar compaixão por aqueles que buscam ajuda. Além disso, aqueles com idade entre 25 e 34 anos são os mais afetados pela condição.
Segundo o Centre for Addiction and Mental Health, os sinais de alerta comuns de fadiga por compaixão incluem:
Também conhecida como reação de estresse secundário, choque de segunda mão, estresse traumático secundário ou trauma vicário, a fadiga por compaixão é comum em profissionais que lidam diretamente com o trauma de outras pessoas. Ou seja, além de médicos e profissionais da enfermagem, também pode ocorrer em outras linhas de trabalho, incluindo:
O estresse, em combinação com a falta de recursos para lidar com esses problemas, podem levar ao desenvolvimento da condição. Isso pode ser evidenciado pela pandemia de Covid-19 que ocorreu em 2020 em todo o mundo.
De acordo com o Canadian Medical Association, a pandemia mudou drasticamente as condições do local de trabalho, o que levou a um risco maior de médicos desenvolverem fadiga por compaixão. Ela causou um influxo de pacientes muito doentes e infecciosos, que apresentavam sintomas potencialmente fatais em unidades de tratamento intensivo.
Em alguns casos, o estresse e o trauma da situação foram agravados pela escassez de leitos, escassez de pessoal, falta de ventiladores e falta de equipamento de proteção individual adequado. Além disso, os profissionais também precisavam lidar com o risco adicional de potencialmente contrair a doença e se tornarem infecciosos.
É normal que profissionais da área de alta assistência sintam-se estressados pelo trabalho. No entanto, é importante que a fadiga por compaixão seja identificada e devidamente tratada — garantindo o bem-estar mental e físico desses trabalhadores.
Se você suspeita ter desenvolvido a condição, converse com o seu provedor de saúde para que ele possa encaminhá-lo a um psicólogo ou psiquiatra especializado em trauma. Seu médico também pode tratar quaisquer sintomas físicos que você esteja sentindo.
Em geral, o tratamento para a fadiga por compaixão depende da experiência individual do paciente. Alguns tratamentos comuns incluem:
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