O fairphone é uma iniciativa holandesa que tem como premissa a criação de um celular construído com fontes “justas”. A empresa responsável pela ideia defende que é preciso produzir smartphones mais ecológicos e éticos para reduzir os impactos ambientais negativos da indústria da tecnologia.
A palavra “fair”, em português, significa “justo”. Quando combinada como “phone”, que remete a telefone, é formada a palavra “fairphone” ou “telefone justo”. Esse é um dos grandes objetivos do celular. A ética e a criação de produtos eco-friendly são a base para a produção do fairphone.
De acordo com a empresa responsável pelo produto, o fairphone é composto, em grande parte, por materiais reciclados, como o plástico. Os minerais usados na sua confecção são obtidos a um preço justo e extraídos com boas condições de trabalho. Os principais minerais usados no fairphone são tântalo, estanho, tungstênio e ouro.
Apesar de não alcançar o impacto negativo na natureza, o fairphone trabalha para que as consequências de sua produção sejam reduzidas. Desta forma, a empresa investe em minas seguras que não contam com trabalho analogo a escravidão ou exploração humana e ambiental.
O formato do fairphone permite que as pessoas troquem suas peças sempre que necessário. Ao contrário das grandes empresas de smartphones, que selam todas as peças internas do produto, o fairphone é produzido com o intuito de que o seu usuário possa trocar a bateria, a tela ou outras peças sempre que alguma delas parar de funcionar.
Essa premissa vai contra o conceito de obsolescência programada, na qual a maior parte dos smartphones se encaixam. A grande parte dos produtos tecnológicos sofrem de obsolescência programada. Ou seja, eles são produzidos para funcionar apenas um certo período de tempo e depois quebram de vez, obrigando o consumidor a comprar um novo celular.
Com a alternativa de trocar as peças do celular sempre que possível, o fairphone auxilia na redução de resíduos. Quando as pessoas têm a opção de consertar seus celulares sempre que eles apresentarem um defeito, elas optam por não comprar novos aparelhos e deixam de produzir lixo eletrônico.
A compra de peças do fairphone pode ser feita pela própria empresa, que as vende em seu site.
Além disso, o fairphone tem uma garantia de até cinco anos, funciona com 5G e é mais acessível do que outros aparelhos smartphones. Quando se trata de bateria, algumas análises do aparelho afirmam que ela chega a durar um dia completo, com apenas um carregamento durante a noite.
Existem, até o momento, quatro versões diferentes do fairphone. A versão mais recente, o fairphone 4, é revestida com plástico reciclável e é um pouco maior e mais grossa do que um smartphone comum. Um fator que pode gerar mais segurança na hora de segurar o celular ou deixar ele cair no chão.
O fairphone ainda não tem o mesmo desempenho do smartphone comum. A sua taxa de atualização de tela é de 60Hz, um pouco menor do que o padrão de 90 a 120Hz. Essa taxa dita o tempo que o celular responde ao toque, se ela for alta, o smartphone responde mais rápido.
Devido ao seu display LCD, o fairphone também não tem uma tela com cores tão vibrantes quanto os seus adversários. No entanto, sua tela é totalmente visível mesmo no Sol. A qualidade da câmera dos fairphone também é considerada baixa em relação a outras marcas de smartphones.
Devido sua premissa eco-friendly, a caixa do fairphone não vem acompanhada de fones de ouvido ou carregadores. Isso porque a empresa leva em conta que o consumidor já deve ter um carregador em sua casa, e que ela trabalha com a redução de resíduos. No entanto, é possível comprar esses adicionais na loja do fairphone.
Apesar de não ser tão tecnológico quanto os outros smartphones no mercado, o fairphone é uma alternativa promissora para a redução de resíduos. Por isso, o seu uso e consumo compensa os seus contras. Afinal, optar por celulares com produção neutra de resíduos ajuda na preservação do meio ambiente e da vida humana.
Graças às suas peças trocáveis, o fairphone permite que as pessoas mantenham seus celulares por anos. Ou seja, sem trocar a cada três anos porque o seu celular parou de funcionar a bateria ou a tela. Isso permite que as pessoas reduzam significativamente sua produção de resíduos, e diminui a demanda de celulares e a pegada ambiental desses aparelhos.
Além da troca de peças, a empresa responsável pelo fairphone recebe aparelhos usados de países da Europa. Desta forma, eles conseguem reciclar e dar a finalidade correta para o fairphone que não está sendo mais usado ou parou de funcionar de vez.
Cerca de 56% do fairphone é produzido com materiais reciclados, no entanto, uma parte do celular ainda precisa de minérios de extração. Logo, a empresa ainda precisa trabalhar com mineradoras para conseguir construir o fairphone. Para reduzir o impacto desta atividade, a Fairphone trabalha com mineradoras que se propõem a proteger os direitos dos trabalhadores e o meio ambiente.
Atualmente, segundo a Fairphone, a empresa tem buscado desenvolver as condições de trabalho em minas da África. Eles trabalham com a nova mina de Bugarama, localizada no norte de Ruanda, onde os donos se responsabilizam por gerar um trabalho seguro e justo para todos os funcionários, além de um impacto reduzido na natureza ao redor.
No último relatório de impacto realizado pela Fairphone, foi constatado que a empresa atende um total de 10,907 pessoas no mundo todo. No entanto, ela continua trabalhando para alcançar um público maior, desenvolver suas técnicas sustentáveis e disseminar informação entre as pessoas.
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