O consumo de carne, juntamente com a sua produção, são uns dos principais problemas ligados à degradação do meio ambiente
O consumo de carne atual teve influência dos hábitos culturais europeus, que colonizaram grande parte do mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, colonizadores europeus passaram a caçar animais como forma de obter alimento, porém, a falta de respeito e a perseguição incessante a esses seres resultou no seu extermínio quase total.
A caça americana convencional não é nada parecida com os rituais praticados pelas tribos americanas originárias. Na cultura indígena, os animais são respeitados, pois existe a crença de que animais humanos e não humanos têm uma relação mútua, onde um precisa do outro para sobreviver. Portanto, existe uma relação de reciprocidade e relacionalidade. Essas comunidades acreditam na ética e respeito aos animais, o que garante sua abundância na Terra.
Porém, nenhum desses costumes foi mantido pelos europeus, que ao se verem na escassez da carne resultante da caça, começaram a domesticar animais.
A domesticação de animais para consumo foi gradualmente destruindo o solo e reduzindo espaços apropriados para plantação. Essa destruição também foi responsável pela perda de vegetação essencial para a sustentação de algumas espécies de animais, como o bisão.
O processo de domesticação nunca foi feito com o respeito ou a ética em mente. Os colonizadores europeus tinham o objetivo de manter o maior número de animais possível para o consumo.
Esse processo é repetido até os dias atuais, onde campos de pasto são extensos e continuam degradando o meio ambiente, acabando com ecossistemas e vegetações locais e também impulsionando queimadas. O consumo de carne, além de ser resultado de um longo período de abuso aos animais, está destruindo o planeta.
A indústria mundial de carne é responsável por 60% das emissões de gases do efeito estufa. Esse número significa 37% de todas as emissões do mundo.
Embora basear-se nos princípios de respeito e apreciação aos animais da cultura indígena seria essencial para a preservação da biodiversidade, também é impossível. Já é muito discutido que o consumo de carne em geral deve acabar de vez, focando na plantação e distribuição de vegetais. A alimentação à base de plantas é o único jeito de reverter os impactos gerados pela agropecuária.
A eliminação total de carne e seus derivados pode salvar o planeta do colapso ambiental. Se essa substituição acontecesse e o consumo de carne fosse extinto em até 15 anos, as emissões de dióxido de carbono anuais diminuiriam em 68%, número equivalente a 1 bilhão de toneladas de CO2.
Porém, isso não significa que o respeito aos animais deve ser deixado de lado. Nesse processo de substituição, especialistas sugerem que os ideais indígenas sejam restabelecidos para assegurar a prosperidade de animais selvagens no planeta.