Falta de sexo pode levar a sintomas de sofrimento físico e psicológico em longo prazo

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Por Jornal da USP | Tanto a falta quanto o sexo por quem não está interessado são problemas para a saúde e podem afetar a mente e o corpo, além de causar sintomas de sofrimento psicológico. É isso o que diz a fundadora e coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade da Faculdade de Medicina da USP, Carmita Abdo, ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição

Uma parcela da população sofre com a questão da continência sexual. São indivíduos “completamente desinteressados ou muito pouco interessados”, que têm esses sintomas associados a desbalanços hormonais, como a falta de hormônios sexuais e da tireoide, e acometidos por diabete ou pela depressão. 

Em outros casos, essas pessoas podem se sentir pessoalmente desconfortáveis, ou encontram dificuldades em encontrar parceiros. A professora ressalta que “não podemos considerar esses indivíduos como problemáticos”, já que a falta de sexo nesses casos pode não causar quase nenhum mal-estar ou desconforto. E diz que mesmo aqueles que vivem em uniões estáveis podem sofrer com o afastamento das relações sexuais e da sua falta. Nesses casos, a libido é direcionada para outras “atividades”. 

Efeitos da pandemia

A pandemia também acabou por tornar as relações sexuais mais difíceis: “A falta de oportunidade na pandemia levou muita gente a iniciar uma atividade virtual”, complementa Carmita, ao mencionar que a dinâmica da atividade sexual vai modificando ao longo do tempo. Além disso, o cuidado com determinadas regiões do corpo, com secreções e com as recomendações de distanciamento durante a pandemia impactaram a forma como as pessoas interagiam. 

Ela destaca que a falta de sexo é mais sentida pelos jovens, já que a “frequência sexual é muito maior entre aqueles que estão com 18, 20 e 22 anos”. E, como o sexo envolve a liberação de uma série de substâncias positivas e a “sensação de troca”, essa ausência é sentida a níveis emocionais e biológicos. Os principais sintomas são um estado de irritabilidade e de um quadro depressivo, além da queda de imunidade. “O sexo traz benefícios se for satisfatório para ambos os lados”, como ressalta Carmita Abdo, e para todos esses sintomas há tratamento para a falta de desejo, ejaculação precoce ou dor durante as relações. 

Este texto foi originalmente publicado pelo Jornal da USP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original. Este artigo não necessariamente representa a opinião do Portal eCycle.

Thaís Niero

Bióloga marinha formada pela Unesp e graduanda de gestão ambiental. Tentando consumir menos e melhor e agir para alcançar as mudanças que desejo ver na sociedade.

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