A falta de vitamina D pode ser muito prejudicial para o organismo, especialmente para os rins. Essa vitamina tem a importante função de absorver o cálcio presente no sangue, mantendo-o em quantidades adequadas para a regulação do metabolismo ósseo. Além disso, a vitamina D atua no sistema imunológico, protegendo órgãos como o coração e o cérebro, além dar suporte ao fluxo sanguíneo, limpando o organismo de toxinas.
Um estudo realizado pelo Laboratório de Investigação Médica (LIM12) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) revelou que a falta de vitamina D pode prejudicar o funcionamento adequado dos rins e comprometer a recuperação de lesões no órgão, além de causar problemas como falta de absorção de cálcio – o que torna os ossos frágeis.
Segundo o biólogo e pesquisador científico do LIM, Rildo Aparecido Volpini, uma das principais causas de injúria renal aguda no ser humano é a lesão por evento isquêmico, que ocorre quando o fluxo sanguíneo para o rim é obstruído por um período e depois é restaurado. Durante o processo isquêmico, a falta de oxigênio leva à degeneração e morte celular. O objetivo do estudo era então descobrir como a falta de vitamina D influencia o processo regenerativo.
O experimento se baseou em animais que foram alimentados com ração livre de vitamina D e indicou que a deficiência do nutriente diminui a função renal, modifica a expressão local de proteínas e aumenta a formação de fibrose após lesão induzida.
Enquanto o grupo controle apresentava entre 15 e 16 nanogramas (ng) de vitamina D por mililitro (ml) de sangue, os ratos alimentados com a dieta livre de vitamina D apresentavam em torno de 4 ng/ml no 30° dia de consumo.
De acordo com o estudo, a falta de vitamina D isoladamente prejudica a função renal, mas não se sabe ao certo o motivo. Volpini acredita que provavelmente seja por causa de alterações no sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA), que é um conjunto de peptídeos, enzimas e receptores envolvidos no controle da pressão arterial, e a deficiência de vitamina D contribui para uma ativação inapropriada do SRAA, funcionando como um mecanismo de progressão da doença renal crônica.
Observou-se também um aumento de proteínas na urina (proteinúria) nos animais com ração livre de vitamina D em relação aos do grupo de controle. A presença de proteinúria é um indicativo de lesão renal, pois significa que o filtro glomerular não está funcionando adequadamente ou que os túbulos renais não estão conseguindo reabsorver as proteínas filtradas. Normalmente, o processo de filtragem e reabsorção não deveria deixar escapar essas moléculas importantes para o organismo.
Durante o processo de recuperação, nem todo o tecido reconstruído é funcional – aqueles que tem função apenas de preenchimento são chamados de fibrose. O estudo apontou que os animais com falta de vitamina D apresentaram maior formação de fibroses, confirmando que a falta do nutriente prejudicou a regeneração do tecido.
Portanto, foi possível concluir que a falta de vitamina D é prejudicial para os rins, tanto para o funcionamento quanto para a regeneração do órgão. Torna-se muito importante ficar atento aos níveis de vitamina D no organismo, para evitar qualquer tipo de problema futuro. A luz solar é a maior fonte de vitamina D. Expor-se ao sol, com cautela, por 15 minutos por dia já suficiente, além de consumir alimentos que contêm esse nutriente.
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