Uso elevado de químicos e agrotóxicos causa sérios problemas de saúde a trabalhadores
A segurança de trabalhadores em áreas de cultivo de banana é o tema de um manual, lançado em 8 de novembro, pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). O livreto foi compilado em parceria com o governo do Equador.
Segundo a FAO, as plantações de banana usam dez vezes mais pesticidas que outros cultivos nos países desenvolvidos. O uso elevado de químicos e agrotóxicos causa sérios problemas de saúde aos trabalhadores e às comunidades vizinhas.
No manual, a agência da ONU expõe diretrizes, manuseio, estocagem de pesticidas além de noções de higiene e até mesmo de violência de gênero. A banana é a fruta fresca mais exportada do mundo. Com o guia, os organizadores querem aumentar a segurança dos trabalhadores e consumidores.
O lançamento ocorreu na 3ª Conferência do Fórum Mundial da Banana, em Genebra, na Suíça. O setor funciona como uma fonte essencial de emprego e renda para milhares de lares rurais em países em desenvolvimento.
Mesmo sendo dirigido, inicialmente, a agricultores equatorianos, a agência acredita que o manual pode ser aplicado em todo o mundo.
O ministro do Trabalho equatoriano, Raúl Clemente Ledesma Huerta, afirmou que o manual é um grande passo na direção da defesa dos direitos dos trabalhadores.
Após cereais, açúcar, café e cacau, a banana é a mercadoria agrícola mais comercializada do mundo. E tentativas de baixar o preço do produto tem levado a trágicas consequências para os agricultores.
Participam da Conferência, em Genebra, 300 representantes do setor de governos e do setor – incluindo varejistas, importadores, associações de consumidores e acadêmicos. O encontro conta ainda com agências da ONU, sindicatos e organizações da sociedade civil.
Todos os anos, são consumidas mais de 100 milhões de toneladas sendo exportadas 20 milhões. Deste total mais de 20% são do Equador.
O manual da FAO sobre a segurança dos agricultores de bananas quer atender a 250 mil trabalhadores diretamente, no Equador, e a cerca de 2,5 milhões de funcionários associados ao setor no país.