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Entenda as propriedades de uma fazenda solar espacial e como elas podem funcionar
A energia solar, embora eficaz e limpa, possui algumas limitações que impedem a produção de energia constante, por isso, a fazenda solar espacial pode ser uma boa alternativa. Dependentes da exposição solar, painéis solares terrestres não conseguem captar os raios durante a noite ou em dias nublados, o que se torna um empecilho na transição para energias renováveis.
No entanto, a instalação de painéis solares espaciais podem desviar esse obstáculo e otimizar a produção de energia solar no mundo todo.
Por isso, a Agência Espacial Europeia possui um plano para a instalação de uma fazenda solar espacial — o projeto é chamado Solaris e a estrutura será montada em órbita em uma única mega estrutura, de acordo com especialistas da agência.
A ideia não é nova. O conceito de obter energia solar através de instalações espaciais vem sendo abordado há anos, estudado nos Estados Unidos na década de 70 e na década de 80 na Ásia. Contudo, a nova atenção ao meio foi possibilitada através do desejo de ajudar a transição da Europa para um mundo Net Zero carbono até 2050.
Como funciona?
De acordo com a National Space Society, a energia solar baseada no espaço tem o potencial de superar todas as outras fontes de energia juntas.
Em geral, a luz solar é, em média, mais de dez vezes mais intensa no topo da atmosfera do que na superfície da Terra. Além disso, se esses painéis forem instalados alto o suficiente em órbita — cerca de 35 mil quilômetros de distância — eles podem evitar inteiramente a sombra da Terra e manter um suprimento constante de raios solares.
Os raios solares captados por painéis solares na fazenda solar espacial seriam convertidos em ondas e, em seguida, transmitidos para a atmosfera da Terra, onde seriam captados por uma antena responsável pela conversão dessas microondas em eletricidade.
Transição
A transição para o uso de energias renováveis é essencial para a saúde do planeta. Atualmente, petróleo, carvão e gás ainda geram mais de 80% da energia global. Contudo, a constante exploração desses recursos é um dos maiores problemas responsáveis pela agravação das mudanças climáticas.
Desse modo, fontes renováveis, como a energia solar, apresentam uma alternativa mais sustentável. Ademais, investimentos na área barateiam o custo de produção dos equipamentos necessários para a instalação de usinas renováveis — segundo dados da NPR, o custo da energia solar caiu em até 85% desde 2010.
Entre 2004 e 2015, os investimentos em energia renovável aumentaram 600%, demonstrando o interesse público nesse meio.
Capacidade
Diferentemente de fazendas terrestres, a fazenda solar espacial tem a capacidade de gerar eletricidade contínua, 24 horas por dia, 99% do ano. Isso ocorre porque painéis solares terrestres sofrem com a constante influência do clima, como a incidência de nuvens e também com a rotação da Terra.
Segundo informações da GreenMatch, painéis solares espaciais podem gerar 2 mil gigawatts de potência constantemente — o que equivale a 40 vezes mais que painéis terrestres.
Além disso, uma fazenda solar espacial geraria 0% de emissões de gases de efeito estufa, ao contrário de outras alternativas de energia.
Desvantagens
Por ser uma área pouco explorada, a energia solar espacial é muito cara em comparação com outras fontes de energia. Estimativas apontam que o custo de lançamento no espaço é de mais de 7 mil libras esterlinas por quilograma.
Por outro lado, existem diversas preocupações públicas sobre a viabilidade do projeto em questões de saúde — incluindo a segurança das microondas com seres vivos, principalmente pelos possíveis níveis de radiação liberados pelo meio.
Uma fazenda solar espacial também teria uma grande estrutura, que pediria por diversos lançamentos para que ela funcionasse efetivamente. Além dos custos de todos esses lançamentos, alguns especialistas também consideram uma maior incidência de resíduos espaciais na órbita terrestre.
