A fertilidade é o termo usado para se referir a capacidade de gerar um bebê através do ato sexual
Fertilidade é a capacidade de conceber uma criança através de uma relação sexual. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 48 milhões de casais e 186 milhões de pessoas no mundo inteiro sofrem com algum tipo de infertilidade, a incapacidade de conceber um filho. A fertilidade não é um assunto apenas feminino, ela tem relação com todos os gêneros e deve ser discutida e avaliada por aqueles que desejam engravidar.
Para que uma pessoa seja considerada “fértil” ela precisa que o seguinte processo não sofra com nenhuma interrupção ou problema:
Processo básico de fertilidade
Produção de óvulos e esperma
Quando se trata da fertilidade em pessoas com útero, o primeiro passo para que ela funcione é a produção de hormônios que estimulam a ovulação. É a partir deste momento que o óvulo é liberado de um dos ovários, pelo menos uma vez ao mês.
Enquanto isso, em pessoas com pênis, o sistema reprodutivo precisa produzir espermatozoides nos testículos. Essa produção começa a ser diária após a puberdade, porém demora cerca de dois dias para que os espermatozoides estejam maduros o suficiente.
Relações sexuais
Para que uma criança seja concebida de maneira natural, uma pessoa com pênis e uma pessoa com útero precisam ter uma relação sexual desprotegida. Para facilitar a fecundação do óvulo e aumentar a fertilidade, o ideal é que esse ato aconteça de seis a cinco dias antes da ovulação.
Quando a pessoa com pênis ejacular, seu esperma irá se misturar com o sêmen criado na próstata e nas vesículas seminais. Depois disso, a mistura é forçada para fora do pênis em uma série de contrações musculares.
Fertilização ou fecundação
Depois da relação sexual, o sêmen fica alocado na área cervical, e cabe ao espermatozoide nadar do muco cervical, até a abertura do útero e as trompas de Falópio. Geralmente o esperma mais forte e saudável consegue alcançar essa região, e então fecundar o óvulo que é liberado pelo ovário nas trompas.
Implantação e gravidez
A fase final da reprodução de uma pessoa com boa fertilidade acontece no endométrio, tecido que fica nas paredes do útero. O óvulo fertilizado se separa em diversas células, e então forma um embrião que viaja das trompas até o útero, e se prende no endométrio.
Esse processo acontece até uns dez dias após a fertilização, e depois disso o embrião começa a formar as células do feto e da placenta. O hormônio gonadotrofina coriónica humana (HCG), ou a “hormônio da gravidez”, começará a ser produzido. Assim, uma semana depois, mais ou menos, o HCG poderá ser identificado pelos testes de gravidez.
Infertilidade: o que pode causar?
A infertilidade é a incapacidade de engravidar através de uma relação sexual desprotegida. Diversas condições e hábitos podem resultar em infertilidade, por isso é preciso estar alerta para os sinais quando estiver tentando conceber. A maioria dos casos não apresentam sintomas óbvios, mas sinais que podem ser percebidos após muitas tentativas de gerar um filho.
Os principais sintomas do problema são:
- Ciclos menstruais irregulares;
- Sangramento menstrual claro ou muito forte, com cólica forte;
- Períodos menstruais muito longos;
- Dor pélvica durante relações sexuais;
- Disfunção sexual (disfunção erétil e baixa libido);
- Você tem mais de 35 anos e está tentando engravidar a mais de seis meses, sem respostas;
- Você tem menos de 35 anos e está tentando engravidar a mais de um ano;
- Já teve mais de um aborto espontâneo;
- Sofre com fatores de risco para infertilidade;
Confira os fatores de risco para infertilidade:
Idade
O auge da fertilidade feminina ocorre entre os 20 e 35 anos, depois desse período a produção de óculos cai drasticamente. Quando a pessoa passa dos 45 anos e enfrenta a menopausa, seu sistema reprodutivo fica praticamente infértil, e engravidar de forma natural é muito difícil.
No caso da fertilidade masculina, ela dura até um pouco depois dos 50 anos. Depois disso, a produção de espermatozoides começa a declinar.
Apesar disso, já existem pesquisas que apontam que, devido ao avanço da tecnologia e do estilo de vida humano, o período de fertilidade humana pode aumentar. Alguns especialistas apontam até mesmo para a possibilidade de uma fertilidade eterna.
Desequilíbrios hormonais ou doenças do sistema reprodutivo
Condições do sistema reprodutivo podem causar infertilidade a longo prazo quando não tratadas, principalmente se elas afetarem o equilíbrio hormonal. Alguns exemplos de problemas que afetam a fertilidade são:
- Endometriose;
- Síndrome do Ovário Policístico (SOP);
- Falência Prematura dos Ovários;
- Baixa testosterona;
Efeito colateral de medicamentos
Alguns medicamentos podem reduzir a fertilidade, como:
- Medicamentos para alergia, que secam o muco cervical;
- Antidepressivos, que podem afetar a fertilidade masculina;
- Alguns medicamentos para o tratamento de câncer;
Se você estiver tentando engravidar enquanto faz o uso desses remédios, converse com seu médico a respeito para saber se existe uma alternativa mais segura.
Infecções do trato reprodutivo
Infecções no trato reprodutivo, como infecções sexualmente transmissíveis (IST’s), podem aumentar a infertilidade em um indivíduo. Os casos podem piorar se a pessoa com útero desenvolver doença inflamatória pélvica (DIP). Além disso, pessoas com pênis também podem se tornar inférteis caso contraiam uma infecção sexualmente transmissível.
Doenças crônicas
Mesmo se a doença não tiver relação com o sistema reprodutivo, ela pode causar infertilidade. Algumas condições, combinadas com seus tratamentos, podem reduzir significativamente os níveis de fertilidade de uma pessoa, independente do gênero. Isso inclui:
- Diabetes;
- Doenças dentárias;
- Doença celíaca não tratada;
- Hipotireoidismo.
Obesidade
A obesidade é uma das causas que leva à infertilidade. Segundo estudos, até mesmo estar um pouco acima do peso pode interferir com a taxa de fertilidade de um indivíduo. Sendo assim, a obesidade pode afetar diretamente a produção de esperma e de óvulos.
Hábitos não saudáveis
Se você fuma, bebe e usa drogas recreativas constantemente, as chances de desenvolver infertilidade são altas. Porém, não são apenas esses hábitos, um pouco mais graves, que causam a redução da fertilidade. Não ter uma boa noite de sono, enfrentar muito estresse e não ter uma dieta saudável podem reduzir as chances de engravidar.
Bloqueios ou anomalias do aparelho reprodutor
Quando o sistema reprodutivo tem algum tipo de problema ou anomalia, como bloqueio das trompas de Falópio ou problemas congênitos nos testículos e próstata, a pessoa pode desenvolver infertilidade. Essas alterações no aparelho podem surgir durante a vida, devido a uma infecção ou doença, ou serem de nascimento (congênitas).
É comum que essas condições sejam assintomáticas, por isso é essencial checar a estrutura dos órgãos reprodutivos se você estiver enfrentando problemas com a fertilidade.
Como saber a minha fertilidade?
Caso você esteja tendo dificuldade de engravidar e queira testar sua taxa de fertilidade, marque um check-up médico. Explique para o profissional de saúde qual seu objetivo com essa checagem, e ele irá prescrever os exames adequados para que seja encontrado o problema. É importante que ambas as partes do casal façam essa análise.
O médico pode prescrever os seguintes exames:
- Uma histerossalpingografia (HSG), um tipo de raio x usado para avaliar a situação do útero e dos trompas de Falópio;
- Exames de sangue hormonais;
- Análise do sangue;
Dependendo do resultado, o médico pode encaminhar o paciente para um endocrinologista especializado no tratamento de infertilidade. Os tratamentos usados para aumentar a fertilidade são:
- Tecnologias de reprodução assistida (TRA): Fertilização in vitro (FIV), transferência intrafalopiana de gâmetas, transferência intrafalopiana de zigotos;
- Inseminação: Inseminação intracervical (ICI), inseminação intra-uterina, inseminação intratubal, inseminação intravaginal;
- Medicamentos injectáveis para a fertilidade: Gonadotropinas (Gonal-F, Follistim, Ovidrel);
- Medicamentos orais para a fertilidade: Arimidex (anastrozol), Clomid (clomifeno), Femara (letrozol);
- Reprodução por terceiros: Utilização de um doador de óvulos, doador de embriões, doador de esperma ou portador de gestação;
- Cirurgia: Cirurgia laparoscópica, perfuração dos ovários;
- Perda de peso e outras alterações do estilo de vida;
- Tratamento de uma condição médica subjacente ou redução de quaisquer medicamentos que causem efeitos secundários na reprodução.
Hábitos que melhoram fertilidade no dia a dia
- Escolher lubrificantes adequados (alguns produtos dificultam a movimentação do esperma);
- Evite ter relação sexual todos os dias (muitas pessoas adotam essa prática para tentar engravidar), o esperma demora pelo menos dois dias para ficar maduro, o que pode aumentar as chances de conceber;
- Melhorar a dieta, comendo alimentos saudáveis e ricos em nutrientes;
- Praticar atividade física;
- Dormir bem de noite;
- Manter um peso saudável;
- Praticar técnicas de relaxamento para reduzir o estresse;
Procure ajuda
O tratamento para infertilidade e as repetitivas tentativas de fazer com que a gravidez aconteça podem ser mentalmente exaustivas. Por isso é importante que você procure ajuda, seja por meio da terapia psicológica individual ou em grupos com outras pessoas na mesma situação. É necessário que a saúde mental não seja deixada de lado durante o processo, devido a sua importância para os procedimentos.