Fertilizantes orgânicos são adubos obtidos a partir de matérias-primas animal ou vegetal podendo ou não ser enriquecidos com nutrientes de origem mineral. Os fertilizantes orgânicos se dividem, basicamente, em alguns tipos principais e você pode produzi-los em casa (até em apartamentos) e ainda diminuir sua geração de lixo e emissão de gases do efeito estufa!
Fertilizantes, de acordo com a Embrapa, são todas as substâncias minerais ou orgânicas, naturais ou sintéticas, que fornecem um ou mais nutrientes para as plantas.
Os fertilizantes orgânicos, por sua vez, são todos os produtos de natureza fundamentalmente orgânica, obtidos por processo físico, químico, físico-químico ou bioquímico, natural ou controlado, a partir de matérias-primas de origem industrial, urbana ou rural, vegetal ou animal, enriquecidos ou não de nutrientes minerais.
Essas são apenas definições gerais do que são fertilizantes, mas dentro da categoria de fertilizantes orgânicos há diversos tipos, os quais você pode conferir a seguir:
Os fertilizantes orgânicos simples são aqueles fertilizantes obtidos a partir de matéria natural vegetal ou animal como restos de folhas, esterco, entre outros; contendo um ou mais nutrientes de plantas.
Os fertilizantes orgânicos do tipo misto são aqueles fertilizantes obtidos de matéria fundamentalmente orgânica, feitos a partir da mistura de dois ou mais fertilizantes orgânicos simples, contendo um ou mais nutrientes de plantas.
Os fertilizantes orgânicos do tipo composto são aqueles fertilizantes produzidos a partir de processos físicos, químicos, físico-químicos ou bioquímicos, naturais ou controlados. Esses processos podem ser produzidos a partir de matéria-prima de origem industrial, urbana ou rural, animal ou vegetal, isoladas ou misturadas, podendo ser enriquecidos de nutrientes minerais, princípios ativos ou agentes capazes de melhorar as características físicas, químicas ou biológicas do fertilizante.
Os fertilizantes organominerais são aqueles resultantes da mistura física ou combinação de fertilizantes minerais e orgânicos.
Os fertilizantes de lodo de esgoto são fertilizantes orgânicos compostos formados a partir de sistemas de tratamento de esgotos sanitários, que resultam em produtos de utilização segura para a agricultura orgânica.
Os fertilizantes orgânicos de vermicomposto são fertilizantes resultantes da digestão da matéria orgânica proveniente de restos vegetais, estercos e outros resíduos orgânicos pelas minhocas.
Os fertilizantes orgânicos de lixo são obtidos pela separação da parte orgânica dos resíduos sólidos domiciliares e sua compostagem, resultando em produto de utilização segura na agricultura e atendendo aos limites estabelecidos para contaminantes.
Para esse tipo de fertilizante também podem ser utilizadas as técnicas de vermicompostagem ( técnica que utiliza minhocas, higiênica e segura) ou compostagem seca.
Mas o melhor é que você pode reduzir cerca de 60% do seu lixo doméstico produzindo fertilizantes orgânicos em casa, até mesmo se você mora em apartamento. Além disso, a técnica da compostagem do lixo orgânico ou da vermicompostagem (que ajuda a acelerar o processo da decomposição pelos micro-organismos) ainda contribui para a redução da emissão de gases de efeito estufa como o gás metano.
Estudos mostram que o uso de fertilizantes orgânicos aumenta a biodiversidade do solo, com o surgimento de micro-organismos e fungos que contribuem para o crescimento das plantas. Além disso, a longo prazo, há um aumento da produtividade do solo, diferente do que acontece com os fertilizantes convencionais, inorgânicos.
Para saber mais sobre esse outro tipo de fertilizante (inorgânico e convencional), dê uma olhada na matéria:
O uso de fertilizantes que não são orgânicos está associado a impactos além da produção de alimentos. Entre eles estão: a degradação da qualidade do solo, a poluição das fontes de água e da atmosfera e o aumento da resistência de pragas.
De modo geral, o uso de fertilizantes não orgânicos causa degradação por meio dos poluentes orgânicos persistentes (POPs), como dioxinas e metais pesados em sua composição, que contaminam os animais e as plantas que vivem na água. Outros animais ou o próprio ser humano podem se contaminar ao beber a água ou comer animais intoxicados. Estudos já demonstram a acumulação de cádmio presente em fertilizantes no solo da Nova Zelândia.
A contaminação da água também pode levar à sua eutrofização. Esse é um processo em que, segundo estudos, os compostos nitrogenados ou fosfatados, ao chegarem à rios, lagos e zonas costeiras favorecem o crescimento e o aumento de número de algas, que por sua vez levam à diminuição do oxigênio e à morte diversos organismos. Alguns ambientalistas afirmam que esse processo gera “zonas mortas” nos ambientes aquáticos, sem qualquer tipo de vida além das algas.
Estudos mostram que fertilizantes fosfatados e nitrogenados também podem causar dependência do solo, por matar organismos da sua microflora como o fungo mycorrhiza e diversas bactérias que contribuem para a riqueza do solo e para o desenvolvimento das plantas. A acidificação também é um dos problemas e causaria a perda de nutrientes do solo.
Outras pesquisas afirmam que uma das desvantagens dos fertilizantes orgânicos está na sua própria composição. Se não fabricado de maneira correta, pode conter agentes patogênicos.
Além do mais, a quantidade de nutrientes presentes nos fertilizantes orgânicos não é exata e, diferentemente do que ocorre com os fertilizantes inorgânicos, podem não estar à disposição no momento necessário. Isso faz com que não haja utilização desse tipo de fertilizante na produção agrícola intensiva moderna.
Ainda que em escala muito menor, esse tipo de fertilizante, assim como os inorgânicos, causam acidificação do solo e pode liberar óxido nitroso na atmosfera.
De toda forma, o consenso é de que os fertilizantes orgânicos ainda assim são a alternativa sustentável para a agricultura.
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