A física dos sistemas complexos tornou-se alvo de estudos desde a década de 50. Resumidamente, ela trata de sistemas em que cada elemento contribui individualmente para que novas propriedades, observáveis apenas no sistema como um todo, surjam. Teorias que envolvem tais pressupostos são incompatíveis com as de sistemas fechados (como em motores), que não sofrem interferência do meio externo e nas quais há reações de equilíbrio. No entanto, nas últimas décadas, as teorias que levam em conta sistemas complexos têm crescido muito e podem até servir para prever impactos e mudanças ambientais no planeta.
Durante um encontro realizado em São Paulo, o pesquisador do Instituto Max-Planck para Física dos Sistemas Complexos, Jan-Michael Rost, participou de uma mesa-redonda sobre sistemas complexos e sustentabilidade.
Segundo Rost, “Os sistemas complexos, como a vida na Terra, estão no limiar entre a ordem e a desordem e levam um determinado tempo para se adaptar a mudanças”. O pesquisador ainda afirma que “se houver grandes alterações nesses sistemas, como o desmatamento desenfreado de florestas, em um período curto de tempo, e for atravessado o limiar entre a ordem e a desordem, essas mudanças podem ser irreversíveis e colocar em risco a preservação da complexidade e a possibilidade de evolução das espécies”.
De acordo com Rost, os sistemas complexos podem ser divididos em quatro categorias que se diferenciam pelo tempo de reação a uma determinada ação sofrida. A categoria Sistemas Evolucionários ou Transgeracionais, na qual se inserem os seres humanos e outros tipos de vida na Terra, demora muito tempo para reagir a uma determinada alteração em seus sistemas de vida. Rost disse que “tentar prever o tempo que um determinado sistema transgeracional, como a humanidade, leva para reagir a uma ação, como as mudanças ambientais, pode ser útil para assegurar a sustentabilidade do planeta”.
Fonte: Agência Fapesp
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