Fissão nuclear: o que é e para que serve

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Fissão nuclear é o nome dado ao processo de divisão do núcleo de um átomo em dois núcleos menores, com liberação de grande quantidade de energia. Ela possui baixa probabilidade de ocorrer naturalmente e é feita a partir do recebimento de energia ou do bombardeamento de um elemento por um nêutron. 

Descoberta da reação de fissão nuclear

Em 1934, Enrico Fermi, bombardeando átomos de urânio com nêutrons, obteve um material radioativo. Em 1938, Otto Hahn e Fritz Strassmann, repetindo a mesma experiência, constataram a existência do bário entre os produtos obtidos, um átomo muito menor que o urânio.

No mesmo ano, Lise Meitner e Otto Frisch explicaram o fenômeno, confirmando a quebra ou desintegração do átomo de urânio. De acordo com eles, a quebra de um átomo de urânio produz três nêutrons, que irão quebrar outros átomos de urânio vizinhos, e assim sucessivamente, dando origem a uma reação em cadeia, que prossegue espontaneamente.

Essa reação em cadeia libera uma quantidade enorme de energia e é o princípio de funcionamento das bombas atômicas e dos reatores nucleares usados atualmente. 

Energia nuclear

“Poluição nuclear” Imagem de Dirk Rabe por Pixabay

Energia nuclear é a energia produzida nas usinas termonucleares. Nelas, o calor proveniente da divisão do núcleo dos átomos de urânio é utilizado para gerar eletricidade. 

O urânio é um recurso mineral não renovável encontrado na natureza, que também é utilizado na produção de material radioativo para uso na medicina. Além do uso para fins pacíficos, o urânio pode ser utilizado na produção de armamentos, como a bomba atômica.

Durante a Segunda Guerra Mundial, essa energia foi utilizada para produzir as bombas de Hiroshima e Nagasaki, que causaram destruição em massa nos locais e geraram graves consequências que permanecem até os dias atuais.

O período da Guerra Fria também contou com trocas de ameaças nucleares envolvendo as duas principais potências da época, a União Soviética e os Estados Unidos. A partir de 1950, foram criados programas pacíficos para utilização da energia nuclear.

Embora sejam menos poluentes do que outras estações semelhantes, as usinas nucleares são alvo de muitas polêmicas, uma vez que o vazamento do lixo nuclear produzido e a ocorrência de acidentes podem gerar graves impactos ambientais e à saúde humana, como contaminação, mutações genéticas e danos irreversíveis às células.

No entanto, com a emergência da questão sobre o aquecimento global, seu uso vem sendo reconsiderado por muitos países.

Bombas atômicas

Bombas atômicas são dispositivos de destruição gerados a partir da fissão nuclear de átomos de urânio ou plutônio.

As bombas de Hiroshima e Nagasaki foram usadas para bombardear as cidades japonesas de mesmo nome no fim da Segunda Guerra Mundial. Ambas as bombas eram de fissão nuclear, entretanto funcionavam de forma diferente e, inclusive, utilizavam materiais distintos. Enquanto a bomba lançada em Hiroshima usava o urânio, a bomba de Nagasaki era carregada de plutônio.

O acidente de Chernobyl

Em Chernobyl, na Ucrânia, na noite de 26 de abril de 1986, um reator nuclear de uma usina elétrica teve suas reações aceleradas a tal ponto que o calor provocou o incêndio do grafite e do próprio prédio do reator. Imediatamente, a fumaça e a evaporação violeta da água de refrigeração lançaram na atmosfera uma grande quantidade de radioisótopos, que formaram uma nuvem radioativa.

Dezenas de pessoas morreram no local e, em um raio de 30 km, 135 mil pessoas foram evacuadas de suas casas. A nuvem radioativa atravessou vários países da Europa, em um deslocamento que levou semanas. Com a lenta precipitação dos radioisótopos nesse trajeto, houve contaminação do solo, da atmosfera, da água e dos seres humanos.

Fusão nuclear

Fusão nuclear é um termo utilizado para se referir ao processo de junção de dois núcleos atômicos para a formação de um novo elemento, mais pesado. Durante a estruturação do novo núcleo, ocorre a liberação de grande quantidade de energia.

Tecnicamente, a energia da fusão nuclear é muito limpa: não produz gás carbônico, não gera lixo tóxico e não possui riscos de explosão, podendo ser utilizada como alternativa à fissão nuclear. Mas até agora a tecnologia para obter energia desta forma ainda não existe. Para tentar criá-la, diversos países concentraram seus esforços em um projeto de cooperação internacional chamado Iter.

Julia Azevedo

Sou graduanda em Gestão Ambiental pela Universidade de São Paulo e apaixonada por temas relacionados ao meio ambiente, sustentabilidade, energia, empreendedorismo e inovação.

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