O dióxido de carbono (CO2) é a fonte fundamental de carbono para os seres vivos. Sendo uma molécula inorgânica presente na atmosfera e dissolvida na água. Mas para que ele seja aproveitado pelos organismos, é necessário que ocorra um processo de absorção e conversão desse composto em moléculas orgânicas, chamado de fixação de carbono.
O processo de fixação de carbono ocorre em uma etapa da fotossíntese chamada de Ciclo de Calvin-Benson. Ele é formado por um conjunto de reações que produzem carboidratos, mais especificamente glicídios, a partir de moléculas de dióxido de carbono, hidrogênios provenientes da água e energia fornecida por moléculas de trifosfato de adenosina (ATP), elaboradas na fotossíntese.
O processo, então, dá início à parte biótica do ciclo biogeoquímico do carbono. Os glicídios produzidos por plantas, algas e bactérias por meio da fotossíntese são utilizados na produção de energia para o próprio organismo ou vão integrar sua biomassa. Ao serem consumidos, o carbono fixado nas moléculas orgânicas desses seres vivos passa de um nível trófico para o outro. Assim, podendo percorrer toda a cadeia alimentar.
O carbono apresenta extrema importância para a vida na Terra. Os organismos são formados por moléculas orgânicas como carboidratos, proteínas e lipídios, sendo todas elas compostas por esse elemento. Além disso, a quebra das ligações entre os carbonos dessas moléculas libera energia química. Ela é utilizada pelos seres vivos na manutenção e realização de suas atividades vitais.
A fotossíntese pode ser definida como um processo de conversão de energia luminosa em energia química. Ela é realizada por plantas, algas e cianobactérias, que são classificadas como organismos autótrofos e fotossintetizantes por serem capazes de produzir o alimento pela luz.
O oxigênio, produzido pelos organismos fotossintetizantes, é fundamental para a manutenção da vida no planeta na forma como a conhecemos. Além disso, os produtos gerados a partir da fotossíntese moldaram a história-material da humanidade. Pois deram origem a recursos como petróleo, gás natural, celulose, carvão e lenha. Esses recursos existem em decorrência da transformação da luz solar em reservas de energia (fotossíntese), seguida por outros processos geológicos e tecnológicos.
Para grande parte das plantas, a fixação do carbono é feita na fotossíntese a partir da conversão de dióxido de carbono em uma molécula orgânica conhecida como 3-fosfoglicerato. Essa molécula possui três carbonos e, por isso, essas plantas recebem o nome de C3. Aproximadamente 85% das espécies de plantas podem ser classificadas como C3, incluindo arroz, trigo, soja e todas as árvores.
Vale ressaltar que a enzima responsável pelo processo de fixação de carbono é a rubisco, que tem baixa afinidade pelo dióxido de carbono.
Além disso, a concentração de dióxido de carbono na atmosfera é muito baixa, cerca de 0,04%. Dessa maneira, as plantas C3 precisam acumular grande quantidade da enzima rubisco para alcançar altas taxas de fixação. Outro mecanismo adotado diz respeito à manutenção dos estômatos abertos por mais tempo para absorver mais gás. Isso por outro lado, provoca um problema de perda de água.
Plantas de climas mais quentes e secos alteraram a fotossíntese para intensificar a fixação de carbono sem perder muita água. Nelas, o processo ocorre de forma parecida, mas produz um composto de quatro carbonos chamado de oxaloacetato, sendo classificados como C4.
A reação também é catalisada por uma enzima diferente, a PEP carboxilase, que apresenta alta afinidade pelo dióxido de carbono. A fotossíntese C4 ocorre em cerca de 3% das plantas vasculares, incluindo milho e cana-de-açúcar.
Pesquisadores desenvolveram um bypass fotorrespiratório sintético para plantas, que abre novas oportunidades de fixação de dióxido de carbono e produção de valor agregado. A fotorrespiração é um processo que consome muita energia e leva à liberação do gás previamente fixado, reduzindo o equilíbrio fotossintético.
O benefício desse dispositivo é que o dióxido de carbono é armazenado, em vez de liberado, como acontece na fotorrespiração natural. Assim, as plantas deixam de ser limitadas pela quantidade de composto disponível para realizar suas atividades vitais.
“O bypass não é apenas uma alternativa promissora para a fotorrespiração. Nós também mostramos que ele pode interagir com outros ciclos de fixação de dióxido de carbono sintético. Agora seremos capazes de ligar de forma eficiente a fixação do gás sintético diretamente ao metabolismo central”, disse o líder do grupo Tobias Erb.
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