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De acordo com o pesquisador Carlos Nobre, a floresta não consegue mais remover o gás carbônico da atmosfera

O desmatamento na floresta amazônica atingiu índices superiores a 30%, apresentando uma grande alteração no clima, principalmente na estação seca, que são nos meses de agosto, setembro e outubro.

Com isso, a estação ficou mais seca, mais quente e mais longa, representando um período de grande estresse para a floresta. Essas regiões apresentaram uma emissão de carbono dez vezes maior que as regiões com desmatamento inferior a 20%.

Um estudo, que traz o resultado de nove anos de pesquisas, publicado na revista Nature, mostra que as queimadas foram provocadas pelo homem e não por causas naturais.

O pesquisador Carlos Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP, especialista nas áreas de mudanças climáticas e Amazônia, alerta que, pela primeira vez, a floresta mostra sinais de esgotamento e não consegue mais remover o gás carbônico da atmosfera.

O artigo Amazônia como fonte de carbono ligada ao desmatamento e mudanças climáticas traz o estudo desenvolvido pelo Inpe, com participação de diversos cientistas, institutos e universidades brasileiras e estrangeiras.

O resultado desse estudo mostra que a Amazônia está se encaminhando para uma savana, de acordo com o alerta feito pelo especialista ainda em 1990, no qual aponta para uma Amazônia com menos biodiversidade. “O pior é que o quadro é irreversível, principalmente na região sul da Amazônia, mudando radicalmente a fauna e a flora dos ecossistemas terrestre e aquático, que devem se transformar em uma savana tropical degradada.”

Países como Peru, Bolívia, Colômbia, Guiana Francesa e Suriname, que também ficam na região sul, não correm tanto risco quanto o Brasil justamente porque se beneficiam de uma incidência de chuva muito grande, o que acaba protegendo de alguma forma a floresta.


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