Flúor faz mal? Entenda e conheça alternativas

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Nos dias de hoje é comum comprarmos um produto sem saber para que as substâncias que o compõe servem e nem se elas podem oferecer algum risco à saúde. Um exemplo é o flúor — comumente encontrado no creme dental, ele auxilia, como não cansam de dizer as propagandas, no controle da cárie dentária. Mas será que é só no creme dental que ele é encontrado? E o componente e os compostos de flúor fazem mal à saúde?

A cada duas horas, uma criança é levada ao hospital por acidentes com cosméticos

O que é o flúor

O flúor é um elemento químico não metálico localizado no grupo 17 da tabela periódica. Ele foi descoberto pelo químico francês Henri Moissan por meio da eletrólise de fluoreto de potássio (KHF2) em fluoreto de hidrogênio. Por ser muito reativo, nunca é encontrado na sua forma elementar.

O nome do elemento deriva do mineral fluorita, CaF2, que era usado como fundente na indústria metalúrgica desde do final dos anos 50, através do trabalho de Georgius Agricola. 

Ele está presente em diversos locais, como na água tratada, nos alimentos, no solo, no ar, em produtos naturais, industrializados e, no popular creme dental. Ele também é conhecido como fluoreto (fluorine, em inglês). Na crosta terrestre, ele é o halogênio mais abundante.

O seu uso está em todos os cremes dentais que estão no mercado. A concentração inicial de flúor deve ser entre 1000 ppm e, no máximo, de 1500 ppm. O composto confere um papel importante na limpeza e controle das cáries.

O flúor age nos dentes tornando-os mais resistentes à ação de bactérias, porém essa defesa é limitada e sua eficiência varia em função de quanto açúcar se ingere na alimentação.

Os governos estaduais e federal, no Brasil, com o intuito de combater as cáries, passaram a fazer a aplicação do flúor na água de abastecimento público. Assim, toda a população, mesmo a mais carente, pode ter acesso à substância. Isto reduziu consideravelmente a incidência de cáries na população.

O flúor ingerido é absorvido e, a maior parte dele destina-se aos ossos e aos dentes. Estima-se que a quantidade média ingerida diariamente seja de 0,2 a 3,1 mg para adultos e 0,5 mg para crianças.

Quais os riscos do flúor?

O sucesso do flúor no passado em controlar cáries na população vem se tornando motivo de preocupação por parte de alguns pesquisadores. A presença de flúor na água potável pode trazer alguns problemas de saúde na população, principalmente em crianças, onde o excesso de flúor pode causar fluorose dentária.

A fluorose dentária é um processo de má formação do esmalte, devido ao excesso de flúor ingerido durante o desenvolvimento dos dentes; no caso da dentição permanente, o período é de um ano até os sete anos de idade. Nos casos mais brandos, a fluorose dentária é caracterizada por manchas esbranquiçadas opacas e, nos casos mais graves, por manchas amarronzadas, com perda da resistência do dente, podendo ocorrer fratura.

Outros efeitos

Além disso, a Harvard School of Public Health e a China Medical University reuniram 27 estudos em que demonstravam fortes indicativos dos efeitos negativos do fluoreto para o desenvolvimento cognitivo de crianças. Publicado na Environmental Health Perspectives, o estudo ressalta que a neurotoxidade do flúor em animais e adultos já era conhecida, mas pouco se sabia sobre as consequências deste para as crianças.

A análise de dados sugeriu que crianças em áreas expostas a grandes quantidades de flúor têm uma pontuação média de QI significantemente mais baixa do que aquelas não expostas. Uma diferença média de sete pontos de QI foi identificada.

Atualmente, discute-se uma forma de tornar a exposição à substância mais benéfica, reduzindo as cáries, mas evitando malefícios à saúde.

A preocupação com a ingestão excessiva de flúor levou à criação de normas para a adição no tratamento de água potável. Trata-se da portaria 518/04, que estabelece o valor máximo permitido para a inserção de flúor na água.

Mas não para por aí, pois vários outros produtos contêm flúor: chás, cereais infantis, frango seco industrializado, peixe e frutos do mar. Por este motivo, vale checar a embalagem para verificar se há adição de flúor no produto. Sabe-se que o perigo é devido a sua alta ingestão. Desse modo, evitar alguns produtos que o contenham pode ser uma medida benéfica.

O que pode substituir o flúor?

Apesar da incerteza de uma conclusão para saber se o flúor faz mal ou não, principalmente para aqueles preocupados em escovar os dentes. Em vez de comprar sua pasta de dente, que tal fazer você mesmo a sua própria? Mas caso você não tenha disposição para fazer sua própria pasta de dente sem a substância, não se preocupe, com um pouco de dedicação você encontra marcas que fabricam creme dental sem flúor, principalmente no mercado online.

Imagem de Joshua Hoehne no Unsplash
Como fazer pasta de dente sem flúor

Outro ponto é evitar o consumo de produtos que contenham a adição da substância, a não ser que seja indicado por um médico. A alimentação e o consumo de água já oferecem todo o flúor que é necessário para um bom funcionamento do corpo.

Para reduzi-lo da água você pode fazer água solarizada, uma técnica que permite que esse elemento evapore, tornando a água mais alcalina e salubre. Entenda como fazer isso na matéria: “Como fazer água alcalina?“.

O debate sobre os benefícios e os malefícios da adição de flúor na água continua. O importante é ter uma visão criteriosa e ficar atento, pois a afirmação “quanto mais flúor melhor” não é válida — o ideal é que o ponto de equilíbrio na utilização dessa substância seja encontrado.

Como fazer a sua própria pasta de dentes sem flúor

Como já mencionamos, uma das soluções envolve fazer a sua própria pasta de dente sem o composto. Não sabe como? Confira a seguir uma receita desse creme dental: 

Ingredientes

  • 5 colheres de sopa de óleo de coco
  • 3 colheres de sopa de açafrão-da-terra em pó
  • 3 gotas de óleo essencial de canela
  • 5 gotas de óleo essencial de cravo
  • 1/2 colher de sopa de xilitol
  • 5 gotas de óleo essencial de hortelã-pimenta
  • 5 gotas de óleo essencial de eucalyptus globulus (para dar sabor)

Modo de preparo

Aqueça o óleo de coco para que fique em seu estado líquido. Em seguida, despeje-o em um pote de vidro que tenha tampa, pois ele será usado para guardar sua pasta de dente sem flúor. Antes que ele comece a endurecer, dissolva o xilitol no óleo de coco e adicione o açafrão-da-terra mexendo bem.

Coloque todas as gotas de óleo essencial mencionadas na receita, misture e deixe no congelador durante um minuto. Sua pasta de dente sem flúor está pronta! Na hora de usar, dê preferência às escovas de dente da mesma tonalidade da pasta e use toalhas escuras para secar a boca, pois o açafrão-da-terra pode deixar manchas amarelas nos objetos.

Saiba mais sobre a ação desses compostos na higienização dos dentes na matéria: 

Como fazer pasta de dente sem flúor
Equipe eCycle

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