O formaldeído é um composto orgânico volátil (VOC) feito a partir do metanol, um álcool muito tóxico à saúde. Ele pode ser utilizado para impedir o crescimento de micro-organismos em diversos produtos, portanto possui ação conservante.
Em temperatura ambiente, o formaldeído é um gás incolor que evapora com facilidade. Ele possui odor forte e irritante, além de ser altamente inflamável e reativo. Ou seja, liga-se com outras substâncias muito facilmente, originando produtos químicos e poluentes.
Quando está em solução aquosa, ele pode ser chamado de formol. Existem muitos sinônimos para o formaldeído:
O gás é originado naturalmente no ambiente por meio de processos de combustão, como os incêndios naturais; por processo de decomposição de vegetais no solo e pode ser encontrado em alimentos, como as frutas. Nas concentrações produzidas por fontes naturais, o formaldeído não é prejudicial à saúde humana, mas elevadas concentrações produzidas por atividades humanas são um risco à saúde.
A produção antropogênica do gás advém de usinas de energia, indústrias (como as de madeira e papel), veículos e incineradores. Além disso, por servir como matéria-prima em alguns produtos, o formaldeído é liberado por sistemas de ventilação, materiais de construção, móveis, carpetes, tintas, vernizes, cigarros, desinfetantes, adesivos, isolantes elétricos, lonas de freio, fungicidas, germicidas, tecidos e cosméticos.
De acordo com classificação da Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (IARC), o formaldeído é certamente carcinogênico para humanos e outros animais, deste modo ele está classificado no Grupo 1 da Agência.
Os grupos mais expostos ao formaldeído atualmente são os profissionais da área da saúde, que manipulam indivíduos conservados no formol; cabeleireiros e barbeiros, devido à falta de equipamentos de proteção e a exposição diária a tinturas, xampus, descolorantes, entre outros. Além do formaldeído, outros produtos manipulados por cabeleireiros e barbeiros são classificados pela IARC como prováveis cancerígenos. Também estão expostos a menores quantidades de formaldeído os operários da indústria madeireira e de papel, trabalhadores da construção civil, do setor varejista e do setor agrícola.
Com relação à exposição não ocupacional ao formaldeído, podemos citar as grandes concentrações do gás em áreas urbanas de tráfego intenso, nos alimentos, em ambientes internos como casas e escritórios. As concentrações de formaldeído dependem da ventilação, temperatura, umidade e da presença de fontes de gás como os carpetes, tintas, vernizes, fumaça de cigarro, entre outros, e nos cosméticos.
Nos cosméticos, o formaldeído é utilizado em produtos para as unhas (esmaltes, colas, removedores de esmalte e cutícula, loções), cola para cílios postiços, gel, cremes e produtos para alisamento capilar, xampu de criança, sabonete líquido e em barras para o corpo, desodorantes, cremes para a pele, cosméticos em aerossóis e enxaguantes bucais. Já existem estudos que comprovam a associação entre o uso de enxaguantes bucais e o surgimento de câncer de boca e faringe.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) proíbe qualquer adição de formol (formaldeído no estado líquido) em produtos prontos. Porém, permite a concentração, durante o processo de fabricação do cosmético, de no máximo 0,2% de formol com a função de conservante.
Em produtos para alisamento capilar, o formol não pode ser empregado para atuar como alisante. Isso porque a sua concentração teria que ser muito maior do que a permitida. Com a mesma função conservante do formol, também podemos encontrar o glutaraldeído, permitido pela ANVISA nos cosméticos sob as mesmas regras de formol.
Além da contribuição do formaldeído no surgimento de câncer de nasofaringe (região atrás do nariz) e leucemia (tipo de câncer que ataca os glóbulos brancos), reconhecida pela IARC, a substância também pode causar problemas respiratórios. Já que a principal porta de entrada do formaldeído em nosso organismo é por inalação, segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB).
O vapor em baixas concentrações causa irritação no nariz, garganta, olhos e no trato respiratório superior. Em altas concentrações, como as encontradas na fumaça do cigarro (de 60 mg/m3 a 130 mg/m3), pode causar falta de ar, salivação excessiva, espasmos musculares involuntários, danos à córnea, coma e morte.
Quando em contato com a pele, o formaldeído ou o formol utilizado em produtos para alisamento capilar altera a coloração da pele, provocando aspereza, necrose, falta de sensibilidade, dermatite, desidratação, rachaduras e ulcerações. O formol é responsável por deixar o cabelo rígido e facilita a quebra dos fios. Em altas concentrações, é comum que a substância provoque queda capilar.
Com relação aos cosméticos, é possível evitar o formaldeído. Pegue os seus produtos cosméticos e leia os rótulos. Se você encontrar algum desses nomes listados abaixo é porque o seu produto contém formaldeído. Procure não comprar mais esses cosméticos.
Na hora de comprar novos cosméticos, escolha aqueles que anunciam: livre de formaldeído (formaldehyde-free), 3-free (toxic-trio-free) que vêm livres de formaldeído, tolueno e DBP. Procure não fazer uso de produtos de alisamento capilar, especialmente os desenvolvidos e fabricados por salões de beleza.
A ANVISA possui meios de comunicação em caso de irregularidades no uso de produtos em salões de beleza, elas podem ser relatadas através do e-mail: cosmetovigilancia@anvisa.gov.br
Nos alimentos, procure consumir, se possível, alimentos orgânicos livres de fumegantes que contêm formaldeído.
Nos materiais de construção, informe-se com o fabricante ou revendedor sobre a presença ou não de formaldeído no produto. Se possível, adquira materiais de construção de baixa impacto ambiental. Leia mais sobre o assunto na matéria:
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