Estoques mundiais de fósforo estão acabando, e isso não é novidade. Usado como fertilizante em monoculturas, o fósforo é um mineral essencial para as plantas e animais. Entretanto, as rochas de onde ele é retirado, são finitas e estão localizadas em regiões politicamente instáveis, representando riscos socioeconômicos globais comparáveis à crise do petróleo de 1970.
Além disso, o uso do fósforo, da forma que é realizado atualmente, gera contaminação ambiental com consequências fatais para a vida em rios e mares. A poluição por fósforo também é responsável por agravar as mudanças climáticas de forma significativa.
Nesse cenário, é importante a transição para uma alimentação mais sustentável, que exija menos recursos, como as dietas baseadas em plantas, mas também é necessário a transição para um paradigma de agricultura sustentável, como a agroecologia.
Uma revisão de 63 estudos revelou que mudar o padrão de dieta ocidental para padrões alimentares baseados em plantas pode reduzir 70% das emissões de gases de efeito estufa e no uso da terra e economizar 50% da água utilizada na agropecuária.
Além disso, reduzir o número de produtos de origem animal da dieta e comprar produtos locais e sustentáveis ajuda a impulsionar a economia local e reduz a dependência da agricultura industrial. Estima-se que o mercado plant-based pode crescer em 166 bilhões de dólares até 2031, o que indica que esse setor possui potencial para superar o crescimento dos produtos a base de carne e laticínios convencionais.
Porém, paralelamente à transição alimentar, é necessário reduzir a dependência de técnicas de cultivo desenvolvidas durante a Revolução Verde. Nesse sentido, especialistas defendem que é preciso melhorar a eficiência das aplicações de fertilizantes em terras agrícolas, juntamente com uma melhor compreensão do ciclo do fósforo nos sistemas solo-planta e as interações entre a física do solo, química e biologia.
De modo surpreendente, a reciclagem de fosfato presente nos esgotos domésticos também é uma alternativa eficiente para suprir a demanda de fósforo. Além disso, é possível utilizar esterco e resíduos de abatedouro, novas variedades de plantas que podem extrair o mineral do solo com mais eficiência e melhores testes de solo para ajudar a acabar com a aplicação excessiva do fertilizante.
Entretanto, para alguns estudiosos, a rochagem, um método da agroecologia, é a melhor alternativa, pois atende aos princípios da sustentabilidade, tanto do ponto de vista social como cultural, político, espacial e ecológico, tornando-se, portanto, inteiramente sustentável do ponto de vista econômico. O processo consiste na aplicação do pó de rochas in natura finamente moídas para o aprimoramento do modelo de cultivos orgânicos em pequenas ou grandes áreas.
Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos.
Saiba mais