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A fragmentação de habitat é responsável por causar uma drástica mudança no ecossistema da floresta, diminuindo a biodiversidade e isolando certas espécies

Fragmentação de habitat é um conceito que diz respeito à subdivisão em pequenas partes de habitats terrestres ou aquáticos. Esse processo é responsável por provocar mudanças significativas para as espécies dentro do fragmento.

O intenso desmatamento promovido pelas atividades humanas tem gerado florestas cada vez mais fragmentadas e isoladas. Essa fragmentação é danosa para o meio ambiente e gera uma redução da biodiversidade local.

Atividades socioeconômicas como a ocupação do solo e a agropecuária, muitas vezes realizadas de forma não planejada, geram impactos significativos para o meio ambiente. Nesse contexto, com a retirada da vegetação nativa para as atividades humanas, o desmatamento tem atingido níveis preocupantes nos últimos anos.

Com a intensa degradação do meio ambiente, as florestas, que eram grandes extensões contínuas, ficam cada vez mais dispostas em fragmentos remanescentes, sem ligação uma com a outra. A Mata Atlântica, por exemplo, tem apenas 12% (dados do ano de….) de áreas com vegetação florestal. Esse cenário é agravado pelo fenômeno do efeito de borda. 

Esse efeito será dado  quando uma parte da floresta nativa é substituída por outra diferente, como pastagens e plantações. Com essa mudança, a área de contato (borda) entre a vegetação natural e a área ocupada desencadeará mudanças físicas, químicas e biológicas ao sistema. Podemos  dar como exemplo a disponibilidade energética, a mudança na migração dos organismos dentro dos fragmentos florestais ou diminuição de espécies nessa borda.

Efeito de borda: o que é e consequências

O que significa fragmentação de habitat?

A fragmentação de habitat, ou fragmentação florestal, é o processo em que a área florestal, que antes era extensa e contínua, é separada em diversos fragmentos florestais de menores dimensões. Entre eles é estabelecida uma barreira com condições muito divergentes ao que era originalmente, gerando não só a perda de florestas, mas também uma nova dinâmica ecológica e uma maior área de borda.

Dessa maneira, a criação de  Unidades de Conservação é importante para a sobrevivência das espécies, pois além de preservar a biodiversidade local, diminui o impacto dos efeitos de borda nos biomas.

Quais são as causas da fragmentação de habitat?

As causas da fragmentação florestal podem ser naturais ou antrópicas (geradas pelo ser humano).

Causas  naturais 

Flutuação no clima terrestre: esse fenômeno gera a retração e a expansão de certos fragmentos florestais, dependendo do tipo e do lugar em que a vegetação está situada.

Heterogeneidade dos solos: comporta apenas vegetação específicas para aqueles tipos de solos, por exemplo, a mata calcária.

Topografia: também é um fator capaz de provocar a fragmentação por meio  da formação de ilhas com uma determinada vegetação em locais elevados. Podem ser  citados como exemplo os brejos de altitude no nordeste brasileiro.

fragmento-florestal
Otávio Nogueira, CC BY 2.0, via Wikimedia Commons

Processos de sedimentação e hidrodinâmica em rios e no mar: ambiente estuarino (ambiente em que a água do mar se junta com a de um rio), por exemplo, que pode ter sua sedimentação afetada pelo transporte de sedimentos do rio para as praias, gerando um grande acúmulo de sedimentos nas praias, podendo sufocar as espécies presentes nesse ambiente, ou até extingui-lo.

O último fator é a fragmentação natural em ambientes de água doce. Ela se dará pelos seguintes fatores: mudança nos cursos dos rios por processos de erosão/deposição de sedimentos, com a formação de lagoas marginais; levantamento de crosta por atividades tectônicas, que irão alterar o trajeto do rio; atividade eólica, que também poderá alterar o trajeto do rio.

Causas antrópicas

A fragmentação de habitats por meio antrópico se dá  de modo mais rápido e intenso do que a forma natural. Dependendo da forma da fragmentação (antrópica ou natural), devemos ter uma maneira de manejar a fauna e flora do fragmento.

As principais causas relacionadas à fragmentação antrópica  estão associadas às atividades econômicas, sendo as principais: a extração de madeira; a supressão de floresta por meio de queimada; o reflorestamento por espécies exóticas em áreas degradadas; a expansão das atividades agropecuárias, que substituem as áreas remanescentes por cultivos e áreas de pastagens; e o crescimento urbano desenfreado. 

Quais são as consequências da fragmentação do habitat?

Além da redução da área florestal, a fragmentação de habitat desencadeia uma mudança tanto na estrutura do habitat, quanto nos processos da comunidade local a longo prazo. Ele cria habitats com péssimas condições de moradia, diminuindo também o espaço para as espécies viverem e se reproduzirem.

O fragmento de habitat causa uma redução no número de espécies (plantas, animais e micro-organismos), que passam a não conseguir mais viver naquele fragmento. Ou seja, quanto menor a área de habitat, menos biodiversidade terá o fragmento.

Contudo, a fragmentação tem consequências diferentes para cada tipo de espécie, podendo causar um aumento no número de uma determinada população e a diminuição das demais, mas sempre afetando todas elas. Por exemplo, uma espécie que tem uma relação de dependência com outra pode sofrer uma drástica redução na sua população  se a fragmentação reduzir significamente a espécie da qual ela depende.

Outras consequências da fragmentação florestal são: a redução do movimento migratório de uma certa espécie, a migração de espécies exóticas (podendo ser pragas) para as áreas desmatadas ou para o fragmento, além do aumento do efeito de borda no ecossistema do fragmento.

Além disso, há uma mudança na distribuição das espécies vegetais em decorrência da  modificação na polinização e dispersão por sementes que podem reduzir a população de certa espécie vegetal. Para aprofundar seus conhecimentos sobre a fragmentação de habitats, acesse o pdf.

Como amenizar os danos nos fragmentos?

É preciso ter um constante diagnóstico e monitoramento dessas áreas fragmentadas para não resultar na diminuição do habitat, gerando consequentemente, a perda da biodiversidade presente na floresta. Existem algumas alternativas para reduzir a fragmentação do habitat.

A primeira delas é a criação de corredores ecológicos, que  conectam diferentes fragmentos, permitindo a transição de diversas populações entre esses ambientes, impedindo o isolamento. Vale ressaltar que mesmo no contexto de fragmentação florestal, algumas espécies ainda conseguem transitar entre os fragmentos, porém os corredores atuam como  um “trampolim” ecológico, facilitando a transição de um grande número de indivíduos entre os fragmentos, preservando os processos ecológicos já existentes.

Como vimos anteriormente, o número de espécies em um fragmento está principalmente relacionado com a área e a diversidade de habitats no fragmento, e é inversamente proporcional ao grau de isolamento. Outro fator que tem bastante impacto na intensidade dos efeitos nocivos do fragmento é o nível de exposição do fragmento com o ambiente que o circunda, podendo gerar o aumento do efeito de borda.

Por exemplo, se uma grande área florestal é desmatada para a plantação de soja, a árvore que estava situada no centro da floresta, agora fica em sua borda. Com essa mudança, ela vai estar submetida a uma maior captação de luz, e uma maior temperatura, e pode não sobreviver. Essa diminuição da espécie vegetativa, acaba desencadeando uma diminuição dos indivíduos da fauna nesse ambiente.

Nesse sentido, as zonas de amortecimento também são importantes alternativas para amenizar os impactos da fragmentação de habitat. Elas são criadas com o objetivo de gerar uma área de transição  da área degradada para os fragmentos florestais, amenizando os danos sofridos nas bordas desses ambientes.

Além disso, o manejo agroecológico e a adoção de agrofloresta também podem ser alternativas à degradação dos fragmentos florestais. Se implementadas de forma correta, podem trazer benefícios e redução de insumos para a sua implantação, impedindo a proliferação de pragas e diminuindo a necessidade do uso de diversos agrotóxicos. Por fim, é necessário restaurar áreas degradadas, como as áreas improdutivas da agropecuária, da extração madeireira, ou áreas de queimadas. Além disso, é necessário uma melhor demarcação e fiscalização das áreas indígenas, visto que esses territórios são de grande importância para a preservação das florestas no Brasil.


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