O Oceano Antártico era, até pouco tempo atrás, considerado o último dos oceanos a não sofrer nenhum tipo de interferência do homem, além de possuir um ecossistema de vida marinha saudável. Mas, recentemente, pesquisadores franceses e ingleses descobriram uma enorme quantidade de fragmentos plásticos próximos à Antártida.
E a surpresa foi realmente grande. Cerca de 40 mil fragmentos por quilômetro quadrado foram detectados, o que se aproxima da média global estimada pelo Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas (PNUMA), que é de 46 mil fragmentos no mesmo espaço. Segundo os pesquisadores, a região oceânica do extremo sul, por não ter muita ligação com oceanos mais poluídos, era considerada pura (esperava-se que ele tivesse dez vezes menos fragmentos). Isso mostra que, infelizmente, a ação do homem chegou a níveis globais inimagináveis.
Segundo os pesquisadores, as correntes oceânicas são responsáveis por levar o lixo até a região. Ele é proveniente de países do hemisfério sul, como África do Sul, Austrália e Brasil.
Esses fragmentos plásticos, muitas vezes invisíveis a olho nu, são resultado da decomposição de garrafas, sacolas, embalagens, entre outros objetos. O plástico pode conter agentes potencialmente tóxicos que, ao reagirem com raios ultravioleta e sal marinho, aglutinam-se ao plâncton, o que pode ser perigoso não só aos animais marinhos, mas também aos seres humanos. O plástico se mantém no organismo desses animais, que fazem parte de nossa alimentação.
A poluição de oceanos é um dos principais problemas ambientais do mundo, além de ser um dos mais preocupantes, pois se agrava a cada ano pela falta de prevenção ou controle. Segundo dados do PNUMA divulgados em junho de 2012 por meio do relatório Panorama Ambiental Global 5 (GEO 5), nenhum avanço foi registrado na prevenção, redução ou controle do lixo marinho nos últimos anos.
267 espécies marinhas sofrem com o acúmulo de lixo humano nos oceanos, entre elas 86% das espécies de tartarugas marinhas, 44% de aves marinhas e 43% de espécies de mamíferos marinhos.
Para que a situação não piore é necessário o investimento do poder público e da iniciativa privada em políticas de consumo sustentável e em tecnologias biodegradáveis. Mas sem dúvida é preciso que o consumidor faça sua parte por meio do descarte correto. Conheça postos para destinação consciente de itens plásticos.
Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos.
Saiba mais