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O organismo da ONU chama atenção também para o impacto que o hábito de fumar tem sobre o meio ambiente e as desigualdades de renda

Fumar mata mais de sete milhões de pessoas por ano, afirmou a Organização Mundial da Saúde (OMS) em 31 de maio, Dia Mundial Sem Tabaco. Segundo a agência das Nações Unidas, perdas de produtividade no trabalho e despesas de saúde associadas ao consumo de tabaco chegam a 1,4 trilhão de dólares anuais. Em 2017, o organismo da ONU chama atenção também para o impacto que o hábito de fumar tem sobre o meio ambiente e as desigualdades de renda – e consequentemente sobre o desenvolvimento socioeconômico.

De acordo com a OMS, os resíduos do tabaco contêm mais de sete mil substâncias químicas tóxicas que contaminam a natureza, sendo algumas delas cancerígenas para humanos. Cerca de 10 bilhões – dos 15 bilhões de cigarros vendidos diariamente no mundo – são descartados no meio ambiente. As bitucas representam de 30% a 40% de todos os objetos coletados nas atividades de limpeza costeira e urbana.

“O tabaco ameaça a todos nós”, afirmou a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, em pronunciamento para o Dia Mundial. “O tabaco acentua a pobreza, reduz a produtividade econômica, afeta negativamente a escolha de alimentos consumidos pelas famílias e polui o ar de ambientes fechados.”

Cerca de 860 milhões de fumantes adultos vivem em países de baixa e média renda. Vários estudos demonstraram que, nas residências mais pobres, os gastos com cigarros e produtos afins geralmente representam mais de 10% das despesas domésticas totais – o que significa menos dinheiro para alimentação, educação e cuidados de saúde.

O cultivo do tabaco contribui para tirar as crianças da escola, aponta a OMS. De 10% a 14% dos meninos e meninas de famílias que cultivam tabaco faltam aula por causa do trabalho nas plantações. Outro dado relevante é a composição dessa mão de obra rural por gênero: de 60% a 70% dos trabalhadores agrícolas empregados pela produção de tabaco são mulheres. Segundo a OMS, essas profissionais estão diretamente expostas a produtos perigosos.

A agência da ONU lembrou ainda que o fumo está por trás de 16% das 4,8 milhões de mortes provocadas por doenças não transmissíveis (DNTs) – problemas de saúde como doenças cardiovasculares, câncer, diabetes e problemas respiratórios crônicos.

Tributação é arma poderosa contra o consumo

Para a OMS, a taxação específica de produtos ligados ao consumo do tabaco é uma das ferramentas mais eficientes para combater o fumo.

“Muitos governos estão agindo contra o tabaco, proibindo a propaganda e o marketing, a introdução de embalagens neutras para produtos de tabaco e a proibição de fumar em lugares públicos fechados e locais de trabalho”, explicou o subdiretor-geral da OMS para DNTs e Saúde Mental, Oleg Chestnov. “No entanto, uma das medidas de controle do tabaco menos utilizadas, mas ao mesmo tempo mais eficazes, é a aplicação de políticas tributárias e de preços, que os países podem aplicar para satisfazer suas necessidade de desenvolvimento.”

Os governos coletam cerca de 270 bilhões de dólares em receitas de impostos especiais sobre o consumo de tabaco a cada ano, uma cifra que poderia aumentar em mais de 50%, com um aumento simples de 80 centavos de dólar por pacote – o equivalente a um dólar internacional. Os ganhos adicionais seriam de 141 bilhões de dólares.

Na visão da OMS, a medida ajudaria a mobilizar recursos domésticos, criando o espaço fiscal necessário para que os países atinjam as prioridades de desenvolvimento da Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável.


Fonte: ONUBR

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