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Maior parte está com nível considerado regular

A Fundação SOS Mata Atlântica apresentou, no Dia Mundial da Água (22 de março), um panorama sobre a qualidade da água de 240 pontos de coleta distribuídos em 184 rios, córregos e lagos de bacias hidrográficas do bioma. Apenas 2,5% dos locais avaliados possuem qualidade boa, enquanto 70% estão em situação regular e 27,5% com qualidade ruim ou péssima. Isso significa que 66 pontos monitorados estão impróprios para o abastecimento humano, lazer, pesca, produção de alimentos, além de não terem condições de abrigar vida aquática. Nenhum dos pontos analisados foi avaliado como ótimo.

O levantamento foi realizado em 73 municípios de 11 estados da Mata Atlântica, além do Distrito Federal, entre março de 2016 e fevereiro de 2017. Os dados foram obtidos por meio de coletas e análises mensais de água realizadas por 194 grupos de voluntários do programa “Observando os Rios”, com patrocínio da Ypê.

Índice Pontos Monitorados Percentual
Ótima 0 0,0%
Boa 6 2,5%
Regular 168 70,0%
ruim 63 26,3%
Péssima 3 1,2%
Total 240 100%

“A principal causa da poluição dos rios monitorados é o despejo de esgoto doméstico junto a outras fontes difusas de contaminação, que incluem a gestão inadequada dos resíduos sólidos, o uso de defensivos e insumos agrícolas, o desmatamento e o uso desordenado do solo”, afirma Malu Ribeiro, especialista em Recursos Hídricos da Fundação SOS Mata Atlântica.

De acordo com ela, a qualidade regular em 70% dos pontos é um grave alerta. Além, disso, a indisponibilidade de água decorrente dos maus usos dos recursos hídricos é intensificada pela falta de atualização da legislação ambiental.

“É fundamental aperfeiçoar a legislação que trata do enquadramento dos rios, de forma a excluir os de Classe 4 da norma nacional. Essa classe, que na prática permite a existência de rios mortos por ser extremamente permissiva em relação a poluentes, mantém muitos em condição de qualidade péssima ou ruim, indisponíveis para usos”, acrescenta Malu.

Comparativo 2016-2017

O estudo comparou os resultados do monitoramento de 152 pontos fixos de coletas, distribuídos por cinco estados – Alagoas, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo –, além do Distrito Federal. Foram consideradas as médias dos indicadores mensais do Ciclo 2016 (março de 2015 a fevereiro de 2016) e do Ciclo 2017 (março de 2016 a fevereiro de 2017).

Índice Ciclo 2016 Ciclo 2017
Ótima 0 0,0% 0 0,0%
Boa 3 2,0% 4 2,6%
Regular 94 61,8% 97 63,8%
Ruim 54 35,5% 48 31,6%
Péssima 1 0,7% 3 2,0%
Total 152 100% 152 100%

Os indicadores apontam uma diminuição de pontos com qualidade ruim, passando de 54 (35,5%) para 48 (31,6%), mas um aumento de locais com água péssima, de 1 (0,7%) para 3 (2%). O estudo também destaca um aumento na qualidade regular, passando de 94 (61,8%) para 97 (63,8%), e nos pontos com qualidade boa, de 3 (2%) para 4 (2,6%).

“Essa leve tendência de melhora está associada a fatores climáticos, já que o aumento no volume e na vazão dos rios na região Sudeste no último ano contribuiu para a diluição de poluentes. Entretanto, tivemos a perda de qualidade em 15 pontos, sendo 13 localizados em capitais, resultado dos baixos índices de coleta e tratamento de esgoto”, explicou Malu Ribeiro.

Metodologia

Os dados das análises desse estudo seguem a metodologia de monitoramento por percepção da qualidade da água, especialmente elaborada para a Fundação SOS Mata e que tem como base o Índice de Qualidade da Água (IQA).

Para a medição dos parâmetros definidos no IQA, a SOS Mata Atlântica desenvolveu um kit de análise que é utilizado em campo por voluntários do projeto “Observando os Rios”. Os indicadores apurados são reunidos em um sistema on-line de dados georreferenciados, que totaliza e disponibiliza o resultado obtido em cada ponto de coleta pelos grupos de monitoramento em tempo real.

São avaliados 16 parâmetros do IQA: temperatura da água, temperatura do ambiente, turbidez, espumas, lixo flutuante, odor, material sedimentável, peixes, larvas e vermes vermelhos, larvas e vermes brancos, coliformes totais, oxigênio dissolvido (OD), demanda bioquímica de oxigênio (DBO), potencial hidrogeniônico (pH), fosfato (PO4) e nitrato (NO3). A totalização dos indicadores medidos resulta na classificação da qualidade da água, em uma escala que varia entre: ótima, boa, regular, ruim e péssima.



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