Furacão é um fenômeno atmosférico formado nos oceanos tropicais
Furacão é uma tempestade tropical e considerado um tipo de ciclone caracterizado por ventos fortes e que ultrapassam a velocidade dos 120 km/h (quilômetros por hora). Os ventos giram em torno de seu centro, chamado de “olho” em decorrência de seus aspectos característicos. Os furacões se formam em oceanos tropicais que possuem temperaturas médias de 26 °C, e levam cerca de dois a três dias para desaparecer.
Quando os furacões se formam no Oceano Atlântico, eles são chamados de “furacão”. No entanto, quando eles se formam no Oceano Pacífico, são o que chamamos de “tufão”. Eles costumam ser muito grandes, com uma extensão média variando entre 400 e 650 km. Alguns deles já atingiram cerca de 800 km de diâmetro.
Vale ressaltar que quando atingem áreas populacionais, esses fenômenos causam inúmeros impactos econômicos, sociais e ambientais por onde passam.
Como um furacão se forma?
Os furacões nascem quando a água dos oceanos atinge temperaturas superiores à 26 °C e evapora. Ao subir, esse vapor encontra camadas mais frias e forma grandes nuvens de tempestades. Durante esse processo, a pressão atmosférica diminui e começa a atrair massas de ar para partes mais altas do céu. Essas correntes de ar passam a se movimentar rapidamente em forma de círculos, desenvolvendo o olho do furacão.
Em toda a área do furacão chove e venta muito. No entanto, no olho dele faz muito calor, não há nuvens e não chove. Dessa maneira, é por essa região que a água continua evaporando e alimentando o furacão.
Propriedades de um furacão
Os furacões apresentam um centro de circulação fechado, onde os ventos sopram para dentro, em torno dele. Essa circulação é diferente nos dois hemisférios. No Hemisfério Norte, os ventos giram no sentido anti-horário, e no Hemisfério Sul, giram no sentido horário. Para serem classificados como um furacão, os ventos precisam estar acima de 119 km/h.
Além da temperatura das águas tropicais, a formação dos furacões está associada com a sua área de formação. Geralmente, esses fenômenos meteorológicos não se formam próximos à Linha do Equador, já que precisam estar um pouco mais distantes, a fim de sentirem os efeitos da rotação da Terra, que colaboram para que os ventos se movimentem em torno do centro de baixa pressão atmosférica.
A intensidade dos furacões é medida por meio da escala Saffir-Simpson, criada pelo engenheiro Herbert Saffir e pelo diretor do Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos em 1970. Ela descreve a categoria, os danos e a velocidade dos ventos. As categorias vão de 1 a 5 de menor intensidade à maior, e os danos de mínimos a catastróficos.
Qual é a diferença entre um tornado e um furacão?
Apesar de gerarem confusão, furacões e tornados são fenômenos diferentes. Como já visto, furacão é um sistema de baixa pressão com circulação fechada de ventos. O tornado, por sua vez, é um redemoinho de ventos fortes formados em meio a uma tempestade.
As principais diferenças entre furacão e tornado correspondem ao seu local de formação. Enquanto os furacões se formam sobre águas tropicais, os tornados se caracterizam por uma coluna de ar que se forma e movimenta tocando a superfície no continente. Além disso, o tempo de duração também difere entre os dois, já que os tornados duram bem menos tempo que um furacão. Os tornados duram cerca de minutos, possuem de 100 m a 600 m de diâmetro e percorrem, aproximadamente, 500 a 1500 metros, segundo o CPTEC.
Exemplos de furacões
Irma
O furacão Irma atingiu o estado da Flórida, nos Estados Unidos, em 2017, e foi considerado o maior já registrado no Oceano Atlântico. Os danos causados pelo furacão de categoria 5 foram catastróficos. Os ventos chegaram a 297 quilômetros por hora na região do Caribe.
Inicialmente, esse furacão foi classificado na categoria 2. Cerca de 24 horas depois, ele passou para a categoria 3, até atingir a categoria 5 após seis dias. O furacão passou por diversas regiões do Caribe e dos Estados Unidos, provocando cerca de 90 mortes.
Katrina
O furacão Katrina atingiu a costa leste dos Estados Unidos, causando grande destruição em Nova Orleans no ano de 2005. Ele apresentou ventos de aproximadamente 280 quilômetros por hora, sendo classificado na categoria 3. Além de deixar rastros de destruição em diversas áreas, o Katrina também causou a morte de cerca de 1800 pessoas.
Tem risco de furacão no Brasil?
Como ressaltado anteriormente, algumas condições climáticas precisam existir para que um furacão ocorra. Em primeiro lugar, as águas oceânicas do Brasil não costumam superar os 26 °C, o que já afasta a formação desse fenômeno.
Além disso, o furacão é mais comum em regiões que apresentam alterações nas correntes de ventos, tanto na velocidade quanto na direção, o que não é o caso da costa brasileira. Essa mudança nas correntes é mais comum no Hemisfério Norte. No entanto, não podemos dizer que a ocorrência desse evento é impossível no país.
Apesar de depressões e tempestades tropicais já terem ocorrido no Sul do Brasil, o único ciclone tropical registrado oficialmente na região foi chamado de “Catarina” e aconteceu em 2004. O furacão atingiu o Estado de Santa Catarina, deixando cerca de 11 mortos e 500 feridos, além de cerca de 30 mil pessoas desabrigadas.
Mudanças climáticas e furacões
As mudanças climáticas fazem com que a temperatura da superfície e da capa espessa do oceano fiquem mais altas. De acordo com estudos, existem teorias que dizem que se o oceano ficar mais quente, isso pode se traduzir em tempestades mais fortes e intensas. Além disso, há indicações de que as áreas em que os ciclones tropicais encontram condições para se desenvolver e para sobreviver também estão ficando mais extensas ao longo do tempo.
Meteorologistas ainda afirmam que talvez o número de ciclones não aumente, mas a distribuição de categorias pode mudar, ou seja, pode-se ocorrer mais furacões de categoria maior e menos de categoria menor. No entanto, cientistas sugerem que precisam de mais dados e informações para provar que o aquecimento global vai provocar furacões mais fortes.