Os tempos mudaram e os mais velhos têm rompido paradigmas. Muitos idosos estão ativos no mercado de trabalho e alguns até se matriculam em universidades. O leque de atividades de pessoas dessa faixa etária está ficando cada vez maior.
A prática de atividades que estimulam o cérebro é fundamental para que o órgão siga em pleno funcionamento. Um estudo de 2009, relatado na revista Neurology (publicado no site da revista Mente e Cérebro, da Scientifc American Brasil), revelou que hábitos de vida e cuidados com a saúde estão muito associados à manutenção das capacidades intelectuais de idosos.
A pesquisa revelou que 30% dos participantes que não apresentaram mudanças em seu desempenho relativo às capacidades cognitivas exercitavam-se pelo menos uma vez na semana, possuíam, no mínimo, ensino médio completo e um bom nível de instrução, não fumavam e também levavam uma vida social ativa.
Foi pensando em criar novos meios de fornecer esse tipo de atividade positiva para os idosos que uma equipe de neurologistas, psiquiatras e psicólogos da Universidade da Califórnia, São Francisco, nos EUA, desenvolveu um videogame voltado para a terceira idade.
O jogo é simples: o jogador dirige um carro em uma estrada aberta, controlando um joystick. Quando surge um sinal parecido com o vermelho (pare) na tela, ele deve apertar um determinado botão. Caso apareça outro símbolo, ele não deve apertar nenhum botão. Cada acerto e cada erro são contabilizados.
Foi avaliado um grupo de 16 pessoas com idades de 60 a 85 anos e o resultado foi animador: com apenas 12 horas de treinamento durante o mês, os idosos tiveram uma evolução significativa no acerto dos sinais, sendo que alguns tiveram um desempenho superior ao de jovens de 20 anos que fizeram o teste pela primeira vez.
Apesar de não ser um assunto muito difundido, o preconceito em relação aos idosos é algo presente. Nossa sociedade valoriza a juventude pela sua capacidade de consumo e de gerar riqueza com seu trabalho. Em tempos em que a educação e capacitação são debatidas com preocupação (merecida, é verdade) para que possamos ter profissionais qualificados em áreas estratégica, pouco se fala de políticas sociais – e não apenas de saúde e assistencialistas – para os idosos. Pensar em como podemos integrá-los à sociedade e utilizar suas qualidades de forma produtiva deveria estar com mais frequência nas pautas e programas dos governos e das ONGs do país.
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