A garrafa de vidro, embalagem popular para armazenar bebidas, é 100% reciclável e super-resistente. No entanto, também apresenta desvantagens no que diz respeito ao impacto ambiental.
A verdade é que, se você não for reutilizar, o melhor é reciclar as garrafas de vidro. Além dos coletores dispostos na rua, existem as cooperativas de reciclagem, pontos de entrega voluntária (PEVs), supermercados e locais de venda de produtos que encaminham garradas de vidro para a reciclagem. Lembre-se sempre de optar pelo descarte consciente.
Os vidros comuns (com os quais as garrafas são feitas), chamados de sodo-cálcicos, são constituídos basicamente de dióxido de silício, óxido de sódio, óxido de cálcio (confere a propriedade de cristal), óxidos de alumínio e magnésio (elementos que dão a propriedade de resistência) e óxido de potássio.
Para fazer os vidros coloridos são adicionados alguns metais de transição e os lantanídeos, que, dependendo do seu estado de oxidação, da concentração e do tratamento térmico a que foi submetido, determinarão a cor do vidro.
Para produzir o vidro, alguns materiais, como areia, sódio, cálcio e outros componentes químicos são misturados. Em seguida, essa mistura é levada ao forno, onde permanece até fundir, podendo chegar à temperatura de 1500°C. E, de lá, sai com uma aparência viscosa.
Então essa mistura é colocada em um primeiro molde, que dá o seu contorno inicial de garrafa de vidro. Depois, ela é colocada em um molde final e é injetado ar no seu interior, para que a mistura viscosa ganhe o contorno definitivo. Por fim, deixa-se resfriar o material por uma hora. Depois desse período, o vidro já está pronto para ser utilizado.
Como os plásticos, certos tipos de aditivos também podem ser adicionados ao vidro para proporcionar novas propriedades.
A cor das garrafas, por exemplo, é feita com a adição de vários tipos de óxidos, como o óxido de cobalto e o cobre, que conferem uma tonalidade azulada.
Vale ressaltar que a coloração não serve apenas para adicionar uma estética agradável. O uso de certas cores pode impedir que determinadas radiações solares (na faixa do infravermelho e do ultravioleta) atravessem o vidro, sem que a qualidade do produto embalado seja seriamente comprometida.
Entre as cores que possuem essa propriedade, podemos citar a cor âmbar, das garrafas de cerveja, e verde, das garrafas de vinho.
O vidro precisa de quatro mil anos para se decompor e, para produzi-lo, são necessários 1,3 mil quilos de areia, porém, ele é 100% reciclável.
No processo de reciclagem, uma quantidade 70% menor de energia é consumida, a emissão de poluentes atmosféricos é reduzida em 20% e o uso de água diminui em 50%. Porém, dados de 2011 apontam que apenas 47% de vidros foram reciclados no país.
Ainda encontram-se muitas desvantagens para a coleta seletiva. As cooperativas de reciclagem, por exemplo, veem o vidro menos atrativo do que outros materiais, devido ao seu peso elevado, e também por ser um material cortante e possuir um valor de mercado bem menor que o do plástico, do papelão e do alumínio.
Na reciclagem de garrafas de vidro, se estiverem inteiras, elas devem ser lavadas. Se estiverem quebradas, você pode utilizar uma garrafa PET para embalá-las.
Para isso, retire o rótulo da garrafa PET e descarte-o junto de outros plásticos recicláveis. Então corte a garrafa ao meio, insira os cacos da garrafa de vidro quebrada, utilize a parte superior da garrafa PET para tampar o recipiente e coloque-o dentro de uma sacola.
Procure utilizar luvas ou pá e vassoura para não se ferir. Também recomenda-se que os cacos de vidro não sejam misturados com terra ou sujeira.
Para ajudar no processo de reciclagem, é recomendável separar o vidro por cor, facilitando a distinção dos materiais para as empresas de reciclagem. Ainda é aconselhável remover as tampas e os rótulos, pois podem contaminar o processo de reciclagem e diminuir o valor do material reciclado.
As cooperativas ou centros de triagem fazem a separação manual das garrafas de bebidas dos outros tipos de vidros. Esse método permite um ganho de eficiência na produção final.
Em seguida, o processo se torna inteiramente industrial: o vidro é refundido e moído em um triturador; depois é colocado em um forno gigante com temperatura em torno de 1000ºC — esse valor é muito menor do que o utilizado na fabricação de um vidro novo, o que implica um ganho energético e uma menor emissão de CO2.
Assim, uma utilização de um tonelada de cacos de vidro para a reciclagem permite economizar cerca de 1,2 toneladas de matérias-primas novas.
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