Telhados de palha são usados pela humanidade há gerações, e estão presentes das ocas indígenas brasileiras até as típicas casas alemãs. É compreensível, pois se trata de um método durável com um sistema natural que não retém calor. O problema da palha é o seu cultivo excessivo, que fez com que lugares como Maqui Picuna, no Equador, não tenham matéria-prima disponível para implantação desse tipo de telhado. O que resta? Utilizar os modelos de zinco ondulado, por exemplo, que, em comparação aos de palha, retêm calor e são barulhentos durante chuvas.
É aí que o Dr. David Saiia entrou. Ele é professor de Economia Estratégica e Sustentabilidade da Universidade de Duquesne, nos EUA, e criou um método que transforma garrafas plásticas em telhados. Juntamente com sua parceira, Vannah Le, e um grupo de seus estudantes, ele foi ao Equador ajudar a instalar os telhados de plástico.
O processo envolve cortar o topo e a base da garrafa enquanto o resto é cortado em tiras. As tiras são amarradas em extensões de bambu ou derretidas com uma solda ultrassônica. O resultado permite um produto que dura mais, e que possui ventilação, vedação contra chuva e entrada de luz natural na casa, além de ser feito de um material com alta disponibilidade e barato.
Devido às políticas públicas de reciclagem implantadas no Equador em 2012, o país tem criado uma cultura de reciclagem que aumentou a quantidade de plástico coletada no país. O incentivo foi tanto que o país entrou na lista de recordes do Guiness por coletar mais de 1,5 milhão de garrafas de plástico em quinze dias.
De tudo isso não veio apenas a ideia de ajudar uma comunidade. Saiia e Vannah Le criaram o Reuse Everything Institute (em português, Instituto de Reutilizar Tudo), que procura descobrir e redescobrir maneiras de melhor gerenciar a atividade humana de uma maneira ecológica e sustentável. Eles esperam que essa invenção possibilite desenvolver uma nova indústria que gerará empregos para aqueles que desejam fabricar, vender e instalar telhados, aproveitando o grande problema que é a poluição do plástico.
De acordo com o Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), só em 2011, 6,5 milhões de toneladas de resinas plásticas foram consumidas pelos brasileiros e, desses, apenas 21% foi reciclado. Parece uma boa iniciativa para o Brasil, não?
Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos.
Saiba mais