As garrafas plásticas recicladas são uma solução da economia circular que contribui para a diminuição da produção de plástico. A cada tonelada de plástico reciclado, cerca de 5,6m³ de aterros sanitários são liberados para serem usados para outros tipos de resíduos. Ou seja, o processo pode ser de grande ajuda ao meio ambiente.
Contudo, no Brasil, um dos maiores produtores de lixo do mundo, a reciclagem não é uma prioridade. De acordo com um relatório divulgado pelo World Wildlife Fund, apenas cerca de 1,28% do lixo produzido é reciclado.
A maioria das garrafas plásticas recicladas, na verdade, recebe outro destino diferente da produção de outras garrafas. Acredita-se que esse plástico é destinado ao downcycling — um processo onde materiais reciclados viram outros de qualidade inferior. Esses itens não podem ser reciclados novamente após o processo, o que encurta sua vida útil.
Essa perda de qualidade que acontece com itens recicláveis contribui para um outro problema na indústria de plástico, principalmente na confecção de garrafas plásticas recicladas.
Além disso, as garrafas plásticas recicladas podem contaminar as bebidas com mais componentes tóxicos em comparação às que utilizam plástico virgem.
Esse dado é resultado de uma pesquisa realizada pela Brunel University London, que indica que as garrafas plásticas recicladas são responsáveis por liberar mais substâncias químicas em bebidas. Os pesquisadores encontraram 150 substâncias químicas nos líquidos armazenados por garrafas plásticas recicladas, com 18 delas excedendo a regulamentação.
A descoberta da liberação de substâncias químicas pelo plástico não é nova, principalmente em garrafas plásticas. Em 2022, a MedicalXpress publicou uma análise que encontrou essa mesma liberação em garrafas reutilizáveis de plástico. Ao analisarem garrafas de água de plástico, os pesquisadores constataram a presença de centenas de substâncias, algumas que nunca foram encontradas em plásticos anteriormente. Foi observado que o número de substâncias chegou aos milhares após a lavagem dos objetos.
Porém, de acordo com o que foi levantado pela pesquisa da Brunel University London, as garrafas de plástico recicladas apresentavam um maior número de substâncias do que o plástico virgem.
O processo de desgaste desses plásticos ocorre por diversos motivos, seja pela própria reciclagem ou por processos de lavagem normal. Entretanto, esse problema pode ser evitado.
O PET reciclado, mesmo sendo submetido à lavagens antes do processo, precisaria de uma técnica chamada de “super limpeza”, que consiste em uma lavagem de alta temperatura, uma a gás e outra química. Esse processo garantiria uma descontaminação do PET reciclado com níveis similares ao PET virgem.
O uso de garrafas plásticas recicladas, embora ainda seja um resíduo plástico, é melhor que a produção de PET novo. A produção de plástico aumentou em 79% entre 2000 e 2015, porém especialistas acreditam que esse número pode aumentar ainda mais.
Como já mencionado, a reciclagem de resíduos plásticos contribui para a economia circular, um sistema onde não há desperdício e tudo que possa ser reaproveitado, é utilizado. A adoção desse sistema econômico poderia resultar na redução de 80% da poluição plástica dos oceanos até 2040, além de ajudar na redução de emissão de gases agravantes do efeito estufa.
Considerando que cerca de 80% de todos os plásticos que já foram produzidos na história ainda estão presentes no meio ambiente, a sua reciclagem é essencial para a diminuição de resíduos sólidos. A superlotação de aterros sanitários e a poluição derivada da produção de plástico são incrivelmente devastadores e contribuem regularmente para a degradação do planeta.
Entretanto, é preciso lembrar que não incluir a saúde das pessoas e dos animais na pauta ambiental é torná-la vazia. Afinal de contas, só faz sentido falar em sustentabilidade se esta for para o benefício de todos. Por isso, é importante que, cada vez mais, o uso de plástico seja reduzido. Para saber como fazer sua parte, dê uma olhada no vídeo:
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