A ginofobia, também conhecida como ginecofobia, é uma condição caracterizada pelo medo ou aversão às mulheres. O fenômeno é categorizado como um tipo de transtorno de ansiedade conhecido como “fobia específica” — que indica um medo centrado em um objeto ou situação específica.
Historiadores acreditam que o termo foi desenvolvido a partir do medo que homens têm de serem humilhados pelo sexo feminino, a emasculação — o ato de privar um homem de sua masculinidade ou identidade masculina.
Embora seja comumente associada aos homens, a ginofobia também pode ser experimentada por mulheres e outros gêneros.
Uma fobia não representa, necessariamente, uma situação ou objeto realmente perigoso ou ameaçador para serem reconhecidos como “reais”. De fato, grande parte da população que possui algum tipo de fobia reconhece que o medo é irracional.
Portanto, muitas pessoas desconsideram a ginofobia como uma fobia e categorizam-na como misoginia — um tipo prejudicial de sexismo hostil contra as mulheres que é perpetuado na sociedade através do patriarcado. Porém, ambos são conceitos distintos.
A ginecofobia é, de fato, uma fobia e um transtorno de ansiedade que pode ser sentido por diferentes pessoas independentemente de seu sexo ou gênero. Além disso, o medo se distancia do ódio, repulsão e outros sentimentos hostis característicos da misoginia.
Sendo um transtorno de ansiedade generalizada, a ginofobia possui sintomas físicos similares ao do distúrbio, incluindo:
Todos esses sintomas são desencadeados a partir do contato com o sexo feminino.
Similarmente, outros sinais que podem apontar para a fobia são:
Especialistas não sabem, exatamente, o que causa a ginofobia. Entretanto, acreditam que a genética, fatores ambientais e histórico familiar de fobias e transtornos de ansiedade também podem desencadear a condição.
Adicionalmente, outras possíveis causas incluem:
Embora seja real, a ginofobia específica não é categorizada dentro do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais Vol. 5 (DSM-5). Porém, a fobia, em geral, é definida pelo manual como uma ansiedade ou medo exagerado, persistente e sem proporções à situações que não necessariamente possuam alguma ameaça.
Através do diagnóstico, o tratamento adequado passa a ser oferecido por profissionais da saúde mental. Esse tratamento pode envolver uma combinação de:
Sem o tratamento adequado, a ginofobia pode resultar em complicações que dificultam a vida de um indivíduo. As possíveis complicações da ginofobia incluem isolamento social, transtornos de humor, abuso de substâncias e pensamentos ou tentativas de suicídio.
Um caso famoso da fobia é de um homem ruandês, que vive há 55 anos isolado devido ao “medo extremo das mulheres”. Segundo Callixte Nzamwita, ele começou a se isolar aos 16 anos de idade:
“A maneira como vivo é suficiente para mim. Eu não tenho ideia de ter uma mulher e estou bem com isso.”
“Não quero mulheres perto de mim porque elas me deixam com muito medo”, acrescentou.
Embora Nzamwita viva com a condição por muito tempo, ela impacta a sua vivência diariamente. Vizinhos do homem relatam que não podem se aproximar dele devido ao medo, contribuindo para o seu isolamento:
“Quando tentamos ajudá-lo, ele não quer que nos aproximemos ou falemos com ele. Em vez disso, damos-lhe coisas, atirando-as para a sua casa. Ele não deixa a gente chegar perto dele, mas ainda assim aceita à distância o que oferecemos”, disseram.
O caso foi reportado em um vídeo oferecido pelo canal Afrimax TV, no YouTube.
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