Glitter ecológico existe! Você pode fazê-lo em casa ou até mesmo utilizar o “glitter natural“. Mas espera um pouco… Você sabe por que estamos falando sobre glitter ecológico? É porque o glitter convencional é um microplástico e não é nada brilhante para o meio ambiente.
Então, encontramos alternativas de glitter que não levam plástico em sua composição, e são biodegradáveis ou naturais, ou seja, alternativas sustentáveis.
Para fazer o glitter ecológico de gelatina, é importante adquirir gelatina vegetal, pois ela possui um poder gelificante dez vezes maior que o da gelatina de origem animal.
Além disso, a gelatina vegetal, feita com a alga ágar-ágar, não necessita ir à geladeira para ficar firme e também não derrete em temperatura ambiente, como a outra.
Como não é de origem animal, a gelatina de ágar-ágar também é ética para quem se preocupa com o bem-estar animal, como os veganos.
O preço é aparentemente maior que o da gelatina comum, porém, ela rende muito mais, tornando o custo-benefício atraente.
Para que esse glitter ecológico grude no seu corpo, use alguma base natural como gel de babosa ou óleo de coco.
Para fazer o glitter ecológico de gelatina vegetal você vai precisar de água colorida de beterraba (ou algum outro alimento que dê cor à água, como açafrão-da-terra, spirulina, urucum e carvão ativado).
Para isso, cozinhe as beterrabas que irá comer e leve a água restante (que sobrar do cozimento) ao fogo para evaporar até a quantidade reduzir a meia xícara e concentrar bem a cor da beterraba.
Coloque a gelatina em pó num pote de vidro e borrife a água de beterraba gelada uniformemente, sem misturar. Coloque no micro-ondas por 30 segundos, parando a cada dez segundos para misturar.
Pincele a gelatina na superfície lisa escolhida – como uma forma, tapete de silicone ou algo do tipo. Deixe secar por no mínimo seis horas. Depois de seco, corte a folha em pedaços menores.
Por fim, bata tudo no processador ou liquidificador. Para obter glitter ecológico grande e pequeno, utilize uma peneira.
O glitter ecológico não gruda tão fácil no corpo quanto o de plástico. Para fixar seu glitter ecológico, use algo grudento como o gel natural da babosa ou manteiga de karité. Protetor solar ou bases naturais líquidas também funcionam.
O pó de mica é uma espécie de “glitter natural“. Isso mesmo, ele ocorre naturalmente no planeta. O pó de mica vem das rochas, então se você lavar no chuveiro e ele voltar para o ambiente não tem problema, pois é de lá que ele veio.
O legal de utilizar o pó de mica como glitter ecológico é que ele já vem pronto – apesar de ter um preço um pouco mais elevado que as receitas de glitter ecológico com sal ou gelatina.
Ele também é mais fácil de espalhar pelo corpo e já tem uma aderência natural, mas seu aspecto é mais próximo de uma sombra colorida.
É possível encontrar pó de mica nas cores dourada, prateada, branca, preta, marrom, roxa, verde, rosa entre outras. A mica também é conhecida como pigmento em pó, e é muito utilizada na coloração de sabonetes e cosméticos.
Ela pode ser encontrada em lojas que vendem itens para produção de cosméticos artesanais.
Outra opção é misturar um pouco do pó de mica com as outras receitas. Depois que o glitter ecológico de sal ou de ágar-ágar já estiver pronto, junte um pouquinho de mica na cor desejada e misture bem. A mica é bem brilhante e vai dar um tom mais próximo do glitter de plástico nas misturas de glitter ecológico.
Cientistas da Universidade de Cambridge desenvolveram um glitter completamente à base de plantas que pode realmente se biodegradar.
As primeiras versões dessa alternativa foram feitas de polpa de madeira — cujos detalhes você pode ler na revista Nature Materials.
Mas, segundo a professora de química da Universidade Silvia Vignolini, qualquer produto vegetal com celulose facilmente extraível pode ser utilizado no processo de confecção do glitter biodegradável, como algodão e cascas de manga, banana e borra de café.
Ela ainda acrescenta que, como o produto é feito apenas de celulose, também pode ser consumido com segurança.
Para fazer com que o glitter de celulose brilhasse, não foi necessário adicionar nenhum revestimento de plástico ou camadas de alumínio.
Em vez disso, eles usaram um processo chamado “coloração estrutural”, no qual superfícies estruturais microscópicas dobram as ondas de luz de tal forma que produzem pigmentos.
As cores estruturais podem ser vistas na natureza, como em uma pena iridescente de pavão ou no azul metálico do mármore.
Durante séculos, a palavra glitter se referia ao brilho atraente de uma substância como água, vidro ou metal precioso.
Desde a década de 1930, no entanto, o termo se aplica a um único brilho refletivo e plano e a uma coleção de centenas ou mesmo milhares de plásticos minúsculos e chamativos fabricados principalmente em Nova Jersey, sem dúvida a capital mundial do brilho.
Feito de folhas de cloreto de polivinila (PVC) e tereftalato de polietileno (PET) – o mesmo plástico encontrado em garrafas de água – o plástico é metalizado em ambos os lados pela aplicação de camadas ultrafinas de alumínio que dão ao glitter sua cor e fator de brilho.
Muitos tipos de glitter têm uma terceira camada fina de acrilato de estireno, outro plástico.
Ainda assim, as fórmulas proprietárias mantêm os detalhes sobre o que exatamente entra no glitter confinado às paredes das fábricas de glitter no Garden State.
O glitter é então perfurado para fora das folhas em pequenos pedaços pontiagudos de formato hexagonal.
Por ser feito de plástico, ou seja, nada mais do que centenas de pedaços pequenos de plástico, o glitter é um microplástico. Por isso seu uso preocupa ambientalistas.
O microplástico é o pior formato de plástico para a saúde do meio ambiente. Isso porque, uma vez que ele escapa para o ambiente, se torna invisível e entra mais facilmente na cadeia alimentar, ar, solo e água.
Para ser uma ideia, o microplástico já está afetando as mudanças climáticas.
Quando retiramos o glitter no banho, por exemplo, ele é levado pelo encanamento do esgoto e, como todo microplástico, ele é pequeno demais para ser filtrado pelo sistema de tratamento, por isso acaba parando em rios e mares.
Quando chega no mar, o glitter viaja por longas distâncias e pode se tornar menor ainda, o que facilita sua absorção pelos seres marinhos e consequente entrada na cadeia alimentar.
O pior é que os microplásticos como o glitter absorvem substâncias perigosas para os organismos e, uma vez na cadeia alimentar, seus danos podem ser irreparáveis.
Para saber mais sobre esse tema confira as matérias:
Se não tiver jeito de evitar o glitter convencional (e também para o glitter que acaba caindo em cima de você durante as festas), procure tirar o máximo possível de glitter com um papel umedecido (veja como fazer o seu) antes de lavar o rosto ou entrar no banho.
Assim, você ao menos garante que esse glitter termine no aterro sanitário.
Mas evite usar lenço umedecido convencional, pois ele também é um plástico. Outra opção pode ser colocar um pequeno coador de café de papel no ralo da sua pia ou chuveiro, posicionando-o de modo que ele retenha o glitter ali – e então os microplásticos possam ser descartados no lixo comum.
Lembre-se de que não adianta nada ter o maior trabalho fazendo seu glitter ecológico ou pagar caro em um potinho pronto e usar bolinhas de plástico que imitam pérola ou de outras formas; ou fantasias de carnaval de plástico.
Apesar de maiores que o glitter, esses objetos também são microplásticos. Se não são, no meio ambiente, um dia serão.
Além disso, fique atento o ano inteiro – não só quando você usa glitter – a respeito dos problemas do plástico no meio ambiente.
O glitter representa uma porção pequena do plástico consumido pela população.
Para resolvermos o problema, principalmente do plástico que vai parar nos oceanos, nos alimentos, no ar e na água, precisamos, enquanto sociedade civil, pensar em mudar o mundo politicamente, o desenho de fabricação, o modo de distribuição das mercadorias, entre outras questões que exigem iniciativa política, não só de consumidores.
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