Entenda mais sobre gordura abdominal e sono e porque podem se influenciar
O sono sempre foi capaz de influenciar diretamente a saúde. Diversas pesquisas foram capazes de provar sua eficiência na regulagem do metabolismo, além de ser um dos principais pilares do emagrecimento, em conjunto com uma boa dieta e exercícios físicos. Portanto, ele tem um papel importante na diminuição da gordura abdominal e visceral.
A explicação simples para esse fenômeno é que a privação de sono faz com que o organismo exija sua compensação com a ingestão de fontes de energia, como a comida. Desse modo, o indivíduo é mais propenso a lutar contra o sono consumindo alimentos e bebidas de alto teor calórico.
Por outro lado, alguns hormônios também podem influenciar a relação entre gordura abdominal e sono.
O papel dos hormônios
Os principais hormônios do processo de perda de gordura abdominal são a grelina e a leptina. A grelina é responsável pela sensação de fome e, durante a privação de sono, sua produção aumenta. Em contrapartida, a leptina traz o sentimento de saciação e não é produzido em grandes quantidades em um indivíduo cansado.
Essa conta de mais grelina e menos leptina resulta em comer mais, o que consequentemente leva ao aumento de peso. Além disso, o metabolismo não funciona direito durante os períodos de falta de sono, o que pode contribuir para o aumento de gordura.
Quantidade necessária de sono
A maioria dos adultos precisa de sete a nove horas de sono por dia. Porém, para que o organismo possa funcionar devidamente, o ciclo de sono deve ser saudável e ininterrupto.
Dores crônicas, agudas, estresse, ansiedade e distúrbios do sono podem impactar negativamente a qualidade do sono, fazendo com que as horas descansadas não tenham um efeito no funcionamento do corpo.
Além disso, muitos distúrbios do sono podem ser potencializados pelo condicionamento físico e vice-versa. A apneia do sono, por exemplo, pode levar a condições como diabetes tipo 2, risco de hipertensão e doenças cardiovasculares, e, por outro lado, também pode ser desenvolvida a partir da obesidade.
Acumulação da gordura visceral e abdominal
Uma pesquisa publicada pela Mayo Clinic mostrou que a falta de sono suficiente pode levar ao aumento de até 9% da gordura abdominal e de 11% da gordura visceral. Os cientistas envolvidos no estudo conseguiram comprovar que esse aumento pode ocorrer mesmo em pacientes mais novos e previamente saudáveis.
De acordo com os dados da pesquisa, a falta de sono resulta na acumulação da gordura visceral — que, diferentemente da gordura abdominal, não é depositada subcutaneamente, e pode ser mais perigosa por envolver os órgãos. Durante o período de recuperação, onde os pacientes tiveram uma redução no consumo de calorias, esse tipo de gordura continuava aumentando no organismo, o que pode desencadear condições como obesidade, doenças metabólicas e cardiovasculares.
Embora intervenções comportamentais como uma dieta saudável e exercícios possam ajudar, a qualidade do sono pode ser essencial para a perda dessa gordura.
Perda de peso e qualidade do sono
A associação entre gordura abdominal e sono não para por aí. Em um outro estudo, realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins, os pesquisadores foram capazes de confirmar que a perda de peso e, principalmente, da gordura abdominal podem melhorar a qualidade do sono em pacientes obesos ou acima do peso.
Condições como insônia, apneia do sono, fadiga e excesso de sono eram comuns entre os participantes. Porém, com a mudança no estilo de vida, os pesquisadores conseguiram observar uma melhora em 20% na qualidade do sono dos pacientes.