Após realizar testes operacionais durante dois anos, a Alemanha inaugurou 14 trens movidos por células de combustível de hidrogênio. As máquinas foram desenvolvidas por engenheiros da empresa Alstom Coradia iLint e financiadas pelo governo alemão.
O Ministério dos Transportes da Baixa Saxônia comprou os trens e agora eles estão sob a propriedade da autoridade ferroviária estatal Landesnahverkehrsgesellschaft Niedersachsen mbH (LNVG). A LNVG começou a buscar alternativas aos trens movidos a diesel há uma década e se comprometeu a adquirir apenas trens movidos a bateria elétrica ou a células de combustível de hidrogênio.
O hidrogênio é obtido a partir de fontes renováveis, em um processo no qual não há a emissão de carbono. Diferente dos combustíveis fósseis, o aproveitamento energético do hidrogênio raramente se dá por sua combustão, mas sim por meio de uma transformação eletroquímica, realizada em células conhecidas como células a combustível.
Embora esteja presente em diversos locais, o hidrogênio raramente pode ser obtido diretamente na natureza. Assim, é necessário algum tipo de processamento, caracterizando-o como uma fonte secundária de energia.
As principais fontes de hidrogênio são as fósseis. O processo de separação de hidrogênio consiste basicamente no mesmo para a gasolina, nafta, metanol ou até outras fontes renováveis, como o etanol. Entretanto, a eletrólise da água é considerada como o método mais viável para a produção de hidrogênio verde como um meio versátil de armazenamento e transporte de longo alcance para a energia renovável intermitente.
Mesmo sem aparecer novas tecnologias, a eletrólise está ficando cada vez mais barata. No entanto, comparada a outros processos, sua utilização ainda é muito pequena, representando 0,1% da produção global de H2. O custo da energia elétrica envolvido nessa reação pode ser decisivo para essa modalidade, já que a energia dispendida para produção do gás puro sempre é maior do que aquela que o hidrogênio pode oferecer para uso.
Usando eletrólise, o hidrogênio será produzido localmente no futuro. Para se ter uma ideia, cada tanque de hidrogênio permite que o trem rode mil quilômetros, emitindo apenas vapor e água condensada, podendo atingir a velocidade máxima de 140 km/h.
Atualmente, apenas cinco trens estão em uso. As restantes unidades deverão integrar a frota até ao final de 2022, substituindo os 15 comboios a gasóleo da rede e poupando anualmente cerca de 1,6 milhões de litros de gasóleo e 4.400 toneladas de CO2.
A iniciativa da Alemanha não é a única tentativa de adaptação climática com a redução do uso de combustíveis fósseis no mundo. No início deste ano, a mineradora australiana Fortescue Metals Group anunciou seu compromisso de tornar suas operações ecologicamente corretas até 2030. Em 1º de março, a empresa anunciou seu primeiro projeto: o primeiro “Infinity Train” elétrico do mundo que se carrega por gravidade e pode transportar toneladas de minério de ferro sem precisar ser carregado.
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