Imagem: Wikimedia Commons
O Brasil é o único produtor do mundo de carvão vegetal para o setor siderúrgico. Para discutir como usá-lo de maneira sustentável e sem agredir o clima, representantes dos ministérios do Meio Ambiente (MMA), da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) e da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), do Governo de Minas Gerais, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e parceiros locais reuniram-se, em 23 de junho, em Belo Horizonte, no primeiro Seminário de Ações do Projeto Siderurgia Sustentável.
O evento apresentou iniciativas para os setores siderúrgico, privado e acadêmico de Minas Gerais, onde o projeto deverá atuar como piloto até 2019. A intenção é proporcionar um modelo de carvão vegetal sustentável para replicação em outros estados do Brasil e em outros países por meio da cooperação Sul-Sul.
A intenção é disseminar a medida, também, em outras áreas de produção. “O tema é de uma transcendência que não se restringe ao setor de siderurgia, mas que poderá nos trazer lições de boas práticas para ampliarmos essa discussão a diversos outros setores”, ressaltou Everton Lucero, indicado para o posto de secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA.
O projeto atuará, primeiramente, no setor de ferro-gusa, aço e ferro-ligas de Minas Gerais para fazer um levantamento das tecnologias verdes de produção do carvão vegetal no Brasil. “Queremos englobar também as pequenas e médias siderurgias, para que todos estejam alinhados com um modelo sustentável”, explicou a oficial de programa da unidade de desenvolvimento sustentável do Pnud, Marina Ribeiro.
O diretor de Mudanças Climáticas do MMA, Adriano Santhiago, afirmou que o projeto deve ser um incentivo para o segmento, não uma barreira. “Por isso, o setor privado é fundamental”, analisou. “Precisamos do financiamento para que o projeto ganhe escala e possamos fazer uma real transformação no setor.”
Para a adoção de um modelo sustentável de produção do carvão, é necessário levar em consideração fatores como a qualidade de vida e de trabalho dos carvoeiros e questões sociais e de gênero. Assim, o projeto atuará na capacitação dos profissionais de siderurgia e dos carvoeiros, com foco no trabalho digno para todos.
O material produzido pelas siderurgias deverá ser proveniente de eucalipto de reflorestamento. “O projeto também é importante para o combate ao desmatamento da vegetação nativa, especialmente a mata atlântica”, justificou o secretário-adjunto de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) de Minas Gerais, Germano Vieira.
Além das siderúrgicas, o projeto busca parcerias com o setor acadêmico para realizar pesquisas de aperfeiçoamento tecnológico e para desenvolver uma plataforma digital para medir e relatar as emissões de carbono do setor no Brasil. O chefe da assessoria de relações internacionais do Governo de Minas Gerais, Rodrigo Perpétuo, destacou a importância da participação desses parceiros: “Agradeço ao setor privado e à academia, fundamentais para a implementação desse projeto.”
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