Entenda o que é granito

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O granito é um material formado pelo resfriamento do magma, por isso é considerado uma rocha ígnea ou magmática. Sua composição química é, em grande parte, formada por quartzo, feldspato e mica, mas também pode conter outros minerais, como muscovita, biotita e anfibólio.

Além disso, ele também é uma rocha intrusiva, pois a sua formação se dá em lugares profundos da crosta terrestre, onde o magma é empurrado para dentro de camadas de rocha e é lentamente resfriado. Esse tipo de resfriamento permite a formação de diferentes minerais no granito, observáveis a olho nu, como mostra a imagem.

Imagem de Brian Wangenheim no Unsplash

Para que serve o granito?

Usado pela primeira vez em construções, a história do granito para uso humano data-se há milhares de anos. No Egito Antigo, essas rochas foram descobertas e utilizadas para monumentos e túmulos de faraós. Mais adiante, na Idade Média, ele passou a ser utilizado na construção civil, como interior de casas e igrejas, sendo muito útil até hoje.

Por ser um material duro e resistente, sua utilização é ampla. E, junto a isso, ele também possui outras propriedades atrativas, como:

  • Estrutura maciça;
  • Baixa absorção e porosidade;
  • Diversidade de cores.

Dessa forma, o granito é uma ótima opção como rocha ornamental, revestindo bancadas, pisos, paredes, escadas, monumentos, entre outros.

Quais são os tipos de granito?

Devido a sua formação, o granito pode ter várias cores, texturas e minerais diferentes. Portanto, há uma classificação de acordo com a composição mineralógica e coloração de granitos ornamentais, feita pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

  • Quartzo-feldspáticos: considerados os “granitos verdadeiros”;
  • Feldspáticos: correspondem aos sienitos, que possuem pouco quartzo;
  • Máficos: correspondem a rochas básicas, como gabros de grão fino e basaltos;
  • Ultramáficos: rochas com pouco quartzo e ricas em elementos químicos pesados, como serpentina, anfibólios, clorita, etc.

Qual é a diferença entre mármore e granito?

Ambas as rochas são usadas para as mesmas finalidades como rochas ornamentais, entretanto, suas composições são extremamente diferentes. O mármore é uma rocha metamórfica proveniente do calcário, ou seja, ele é formado por transformações físico-químicas devido a altas temperaturas e pressões sob o calcário. Já o granito é uma rocha magmática, além de ser mais resistente a riscos. 

Impactos ambientais da mineração de granito

A mineração dessa rocha provoca impactos negativos no meio ambiente durante todo o seu processo. Na extração, o granito pode destruir florestas e deteriorar solos, degradando a paisagem e danificando a fauna e flora locais.

Junto a isso, esse processo aumenta a quantidade de dióxido de carbono (CO2) lançado na atmosfera, uma vez que há o uso de energia elétrica para o funcionamento dos aparelhos e de gasolina para seu transporte. 

Outro prejuízo é na hora do seu descarte que, feito de maneira inadequada, polui rios e águas, causando contaminação e assoreamento por causa da lama misturada com a serragem dos blocos de granito.

O que o pó de granito pode causar?

As marmorarias são locais especializados em cortar, lixar e polir pedras ornamentais, como o granito e o mármore. Como consequência desse trabalho, o ar é exposto a enormes quantidades de poeira originada das rochas.

O granito, principalmente, possui as maiores quantidades de sílica, que é introduzida pelas vias respiratórias dos trabalhadores. Essa ingestão pode causar doenças, como o agravamento de bronquite crônica, indução de tumores broncogênicos, tuberculose, doenças autoimunes e silicose. Essa última sendo um tipo de fibrose pulmonar.

Saquinhos de sílica: o que são e utilidades

Como diminuir esses impactos?

Um estudo mostrou uma análise de um processo de extração de rochas ornamentais e alternativas para um processo mais limpo. Como resultado, podemos citar alguns métodos que ajudam a criar um processo mais sustentável:

  • Ecotear: processo elimina o uso de cal e água, diminuindo a ocorrência de lama contaminada. Ele também aumenta a eficiência do processo de desdobramento de chapas, diminuindo o consumo de energia em 30%;
  • Desidratação da lama: esse método desidrata a lama para reutilizar sua água, e o que sobrou é jogado em aterros;
  • Reutilização de resíduos: alguns estudos mostraram que resíduos da extração de granito podem ser usados para a fabricação de cerâmica, tijolos e argamassa, muro de arrimo e pavimentação;
  • Implantação de gestão de resíduos em áreas de extração.
Carolina Hisatomi

Graduanda em Gestão Ambiental pela Universidade de São Paulo e protetora de abelhas nas horas vagas.

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