Loja
Apoio: Roche

Saiba onde descartar seus resíduos

Verifique o campo
Inserir um CEP válido
Verifique o campo

Leguminosa resistente à seca pode transformar a agricultura e reforçar a segurança alimentar global

Pesquisadores internacionais têm apontado o grão-de-bico como uma cultura promissora para enfrentar os desafios da segurança alimentar em meio às mudanças climáticas. Com sua alta resistência à seca e elevado teor de proteína, essa leguminosa surge como uma alternativa viável para sistemas agrícolas, inclusive em áreas urbanas. Estudos indicam que a ampliação de sua produção pode não apenas mitigar os efeitos da crise climática, mas também fortalecer a sustentabilidade na agricultura.

Liderado pelo biólogo molecular Wolfram Weckwerth, da Universidade de Viena, o estudo revelou o potencial do grão-de-bico ao avaliar a resposta de diferentes genótipos sob condições de estresse hídrico. O experimento, realizado em campos urbanos de Viena, comprovou que o grão-de-bico consegue prosperar mesmo em períodos prolongados de seca, uma realidade cada vez mais presente na Europa Central devido ao aquecimento global.

Um dos pontos centrais da pesquisa foi o uso de um índice de suscetibilidade ao estresse (SSI), que permitiu identificar quais variedades de grão-de-bico apresentavam melhor desempenho sob condições adversas. Esses dados são fundamentais para selecionar genótipos mais resistentes, o que contribuirá para o desenvolvimento de novas variedades mais adaptadas às condições climáticas do futuro.

Além da resiliência ao estresse hídrico, o grão-de-bico se destaca por sua capacidade de enriquecer o solo com nitrogênio, um fator que pode melhorar a eficiência do uso de recursos em sistemas agrícolas. Isso tem implicações diretas para a sustentabilidade da agricultura, tornando-a menos dependente de insumos externos, como fertilizantes nitrogenados.

A pesquisa também ressalta a importância de diversificar a produção agrícola global, que hoje depende de um número limitado de culturas. Embora existam cerca de 7.000 plantas comestíveis, dois terços da produção mundial de alimentos estão concentrados em apenas nove espécies. Esse estreitamento da base genética das culturas representa um risco, pois aumenta a vulnerabilidade dos sistemas agrícolas a pragas, doenças e às próprias mudanças climáticas.

Ao investir no cultivo de leguminosas como o grão-de-bico, não apenas se aumenta a segurança alimentar, mas também se fortalece a biodiversidade agrícola, essencial para a adaptação da agricultura às condições futuras. A variabilidade genética encontrada entre diferentes variedades dessa leguminosa oferece uma base sólida para o desenvolvimento de culturas mais robustas e produtivas.

O uso de tecnologias avançadas, como inteligência artificial e modelagem estatística, também foi um dos destaques do estudo, que se debruçou sobre os mecanismos que tornam algumas variedades de grão-de-bico mais tolerantes ao estresse hídrico. Esses avanços científicos são fundamentais para orientar futuras práticas agrícolas em um cenário de crescente escassez de recursos hídricos.

Com esses resultados promissores, o grão-de-bico surge como uma peça-chave para os sistemas alimentares do futuro, oferecendo uma alternativa nutritiva e sustentável para enfrentar os desafios da segurança alimentar global.


Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos. Saiba mais