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Como a destruição da infraestrutura de saúde e o uso descontrolado de antibióticos aceleram o crescimento das superbactérias

A devastação causada por conflitos armados não deixa apenas marcas físicas nas cidades e nas vidas das pessoas, mas também gera legados silenciosos, porém fatais, para a saúde pública global. Em zonas de guerra como Gaza, o caos das explosões e a ruptura da infraestrutura sanitária têm alimentado um fenômeno cada vez mais perigoso: o aumento da resistência antimicrobiana, responsável por transformar micróbios em superbactérias imunes aos tratamentos médicos tradicionais. O que vemos em campos de batalha ao redor do mundo, desde a Ucrânia até o Oriente Médio, é uma ameaça crescente à saúde humana e à segurança global.

A resistência antimicrobiana, um problema em expansão, acontece quando os micróbios evoluem e se tornam resistentes aos antibióticos que antes os eliminavam. Essa mudança transforma infecções, que antes poderiam ser tratadas com facilidade, em condições potencialmente letais. Em zonas de conflito, o uso indevido e excessivo de antibióticos é frequente, com as condições de saúde comprometidas, a falta de infraestrutura adequada e o uso inadequado de medicamentos, que aceleram ainda mais a resistência.

Hospitais e clínicas destruídos, falta de recursos para diagnóstico e tratamento, e trabalhadores da saúde forçados a abandonar suas funções tornam as medidas de prevenção e controle praticamente impossíveis. Além disso, a interrupção de programas de vacinação contribui diretamente para o aumento das infecções bacterianas e virais, forçando o uso descontrolado de antibióticos em um ciclo vicioso que favorece o surgimento de superbactérias.

As condições insalubres de abrigos superlotados e a falta de acesso a água potável e saneamento básico em campos de refugiados agravam ainda mais esse cenário. A evolução de patógenos resistentes, como a Acinetobacter baumannii, é uma realidade cada vez mais comum em regiões devastadas pela guerra, como no Afeganistão, Gaza e Síria, e suas consequências se espalham por fronteiras, colocando em risco a saúde pública em escala global.

Sem uma resposta internacional coordenada, com reconstrução dos sistemas de saúde, regulamentação rigorosa do uso de antibióticos, e acesso universal a água limpa e vacinas, a resistência antimicrobiana continuará a ser um dos legados mais mortais dos conflitos armados, afetando diretamente as gerações futuras e ampliando o sofrimento das populações já devastadas pela guerra.


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