Por Amanda Mazzei em Jornal da USP – Que a Amazônia frequentemente sofre com a devastação e exploração de suas florestas e recursos naturais não é novidade alguma. Mas, recentemente, a situação se agravou: 2019 e 2020 registraram os maiores índices de desmatamento na parte brasileira, tendência que se mantém neste ano, segundo os organizadores do livro Amazônia: alternativas à devastação. A publicação está disponível para download gratuito e traz uma série de discussões sobre como combater o desmatamento e conciliar atividade econômica com a conservação da biodiversidade e das comunidades que vivem na Amazônia.
O livro é organizado pelos professores e pesquisadores do Instituto de Estudos Avançados (IEA) Wagner Costa Ribeiro, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), e Pedro Roberto Jacobi, do Instituto de Energia e Ambiente (IEE). Os artigos partiram de um seminário do Grupo de Pesquisa em Meio Ambiente e Sociedade, do IEA, que aconteceu no ano passado. De lá para cá, as reflexões foram aprofundadas e mais escritores foram convidados, da própria região amazônica e de outras localidades.
A perda da biodiversidade resultante dessa devastação é algo que afeta diretamente as populações mais próximas, aquelas que vivem junto às áreas que deveriam ser preservadas. Mas não é só quem mora na Amazônia que se prejudica com a sua destruição: o livro destaca que os serviços ecossistêmicos e ambientais que a Amazônia brasileira presta ao País e ao mundo são essenciais e estão em risco.
Amazônia: alternativas à devastação traz, em seus oito capítulos, reflexões críticas sobre essa problemática. É possível, ao longo do livro, aprender sobre diversos temas que permeiam o quadro de exploração predatória da região amazônica, como a violação de direitos dos povos amazônicos e os caminhos já trilhados por comunidades que conseguiram valorizar o conhecimento local e a conservação ambiental em novos circuitos produtivos; os riscos de uma reprodução de teorias coloniais; o que as relações sociais dos povos amazônicos podem ensinar sobre viver sem afetar drasticamente os sistemas naturais que ocorrem na floresta; os efeitos da devastação do meio ambiente em Rondônia; relações das políticas do governo federal com os recordes de destruição da Amazônia; a associação entre o desmatamento e o acesso ilegal de terras; novas premissas para a Amazônia; e como o Brasil tem estrutura técnica e operacional capaz de monitorar o desmatamento.
“Existem várias alternativas à devastação amazônica em curso. O conjunto de textos aqui reunidos é uma amostra do que pode ser feito para alterar radicalmente a forma pela qual essa parcela fundamental do território brasileiro é tratada. Esperamos que esta contribuição ganhe eco junto à sociedade brasileira e aos tomadores de decisão.” – Wagner Costa Ribeiro e Pedro Roberto Jacobi, na apresentação do livro.
Amazônia: alternativas à devastação (2021)
Instituto de Estudos Avançados (IEA)
Organização: Wagner Costa Ribeiro e Pedro Roberto Jacobi
Autores: Claudio Aparecido de Almeida, Diego Ken Osoegawa, Fabiano Morelli, Gean Magalhães da Costa, Ivani Ferreira de Faria, Ima Célia Guimarães Vieira, Josué da Costa Silva Lubia Vinhas, Luiz Eduardo Pinheiro Maurano, Luiza Muccillo de Barcellos, Maria Madalena de Aguiar Cavalcante, Neli Aparecida Mello-Théry, Pedro Roberto Jacobi, Roberto Araújo, Wagner Costa Ribeiro
Páginas: 147
Download: http://www.livrosabertos.sibi.usp.br/portaldelivrosUSP/catalog/book/688
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