Harpia brasileira: características e ameaças

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A harpia brasileira, também conhecida como gavião-real, é uma ave nativa da América do Sul e da América Central. Conhecida por seu tamanho, a ave de rapina é uma das maiores e mais poderosas do mundo. Ela pode variar de 89 a 105 centímetros, com as fêmeas sendo maiores que os machos. 

Com o nome científico de Harpia harpyia, a ave foi apelidada após as harpias — animais da mitologia grega caracterizados pelo corpo de ave e cabeça de mulher. Assim como as da mitologia, a harpia brasileira é um animal poderoso e distinto da maioria das aves por seu tamanho e aparência. 

De penas acinzentadas que se abrem em uma crista quando o pássaro se sente ameaçado e garras de até 13 centímetros, a harpia brasileira é um animal fantástico, mas que pode estar ameaçado por práticas ilegais. 

A maior ameaça das harpias

Dados mostram que a população de harpias brasileiras está decaindo e entre os motivos estão a caça e captura desses animais. De 1950 até 2020, existem 132 casos documentados da morte ou captura do gavião-real. 

Apesar de ser o animal nacional do Panamá, alguns desses casos também foram documentados dentro no país. 

De acordo com representantes do Projeto Harpia, as populações argentinas e mexicanas dessas aves foram extintas localmente pela expansão da caça e da agricultura. Embora esteja espalhada por grande parte da América, a população geral desse animal não é grande. 

As harpias brasileiras demoram para atingir a maturidade sexual, e criam apenas um filhote a cada dois ou três anos. Em conjunto com a popularidade da caça, essas características da ave são motivos para a queda da sua população. 

Na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), a harpia brasileira é considerada “quase-ameaçada”. Porém, em países como o Brasil, Peru e Venezuela, a ave é vista como vulnerável. 

Imagem editada e redimensionada de cuatrok77 em Flickr, sob a licença CC BY-SA 2.0

Mortas por curiosidade

Não se sabe exatamente qual o interesse humano na harpia brasileira. Especialistas teorizam que pode ser tanto pela curiosidade em ver esses animais enormes de perto, ou pela ameaça que representam ao gado. 

Contudo, pesquisas mostram que a harpia brasileira raramente se alimenta de animais de pasto, já que precisam transportá-los para árvores para comer. A dieta desses animais é baseada em preguiças e macacos e contribui para o equilíbrio do ecossistema local. 

Em uma entrevista sobre os hábitos de caçadores e outras pessoas responsáveis pela morte desses animais, foi possível indicar que 80% das vezes o motivo foi a curiosidade. Algumas características das harpias brasileiras faz com que as aves permaneçam empoleiradas em uma única árvore por horas ou mesmo um dia inteiro, o que facilita a mira de caçadores. 

Conservação 

Projetos como o Projeto Harpia, que tem como objetivo o estudo e educação ambiental sobre essas aves, existem por toda a América do Sul e Central. Entretanto, as pessoas continuam matando as harpias brasileiras por mera curiosidade. 

Desse modo, é necessário criar mais atenção para esses animais, que apesar de sua enorme estatura e importância dentro do ecossistema, ainda são alvos da desinformação e falta de educação ambiental. 

Júlia Assef

Jornalista formada pela PUC-SP, vegetariana e fã do Elton John. Curiosa do mundo da moda e do meio ambiente.

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