O que é o processo de hibernação?

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A hibernação é um estado de redução de atividade metabólica e da temperatura corporal realizada por alguns animais. O método é utilizado como uma adaptação para que os animais sobrevivam durante o inverno, possibilitando um menor gasto energético e baixo consumo de alimentos. 

O termo hibernação é concedido a diversos tipos de animais vertebrados que passam por momentos de “dormência” durante temperaturas mais baixas — podendo variar entre peixes, répteis e mamíferos. No entanto, muitos consideram que mamíferos maiores, como os ursos, não ficam em um estado total de hibernação, uma vez que podem ser facilmente acordados. 

De fato, acredita-se que os verdadeiros hibernadores são animais que entram em um estado similar a morte durante esse período. A temperatura corporal dos hibernadores chega a quase 0ºC, a frequência respiratória e cardíaca diminuem, e só são acordados quando expostos a temperaturas maiores.

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O que realmente acontece durante a hibernação? 

Em desenhos animados e em pedaços de mídia infantis, a hibernação é retratada como um tipo de sono profundo que ocorre durante o inverno, se estendendo até a primavera. Porém, não é bem assim. Ao hibernar, os animais não estão dormindo e sim, em um estado conhecido como “torpor”.

Durante o sono, as funções corporais inconscientes, como a respiração, batimentos cardíacos e atividade cerebral detectável ainda são realizadas, diferentemente do que ocorre na hibernação, em que essas funções são quase inteiramente suspendidas. 

No torpor, a taxa metabólica dos animais é reduzida a uma pausa quase completa que pode durar semanas ou meses. Muitas espécies também diminuem suas frequências cardíacas e respiratórias, muitas vezes ficando minutos sem respirar. Além disso, também há a redução da atividade cerebral desses animais, que fica quase indetectável. 

“A maioria das funções fisiológicas ficam extremamente lentas ou completamente interrompidas”, explica Marina Blanco, pós-doutora associada do Duke Lemur Center em Durham, Carolina do Norte, segundo a National Geographic.

Por que os animais hibernam? 

Para entender o porquê os animais hibernam, é necessário entender que existem duas categorias de organismos: endotérmicos e ectotérmicos.  

  • Endotérmicos: capazes de regular a própria temperatura corporal gerando calor interno — como os seres humanos; 
  • Ectotérmicos: organismos cuja temperatura do corpo depende da temperatura do ambiente; 

Por um lado, os animais ectotérmicos possuem uma vantagem: não precisam gastar energia para regular sua temperatura corporal. Porém, dependem de fontes externas, como o calor do Sol, para se aquecerem. 

Já os organismos endotérmicos precisam de alimentos, que são convertidos em energia, para que a regulação de sua temperatura corporal seja realizada. Entretanto, em estações mais frias, esses animais ficam vulneráveis às condições extremas do inverno, quando a comida é escassa. 

Portanto, entram na hibernação, diminuindo suas funções corporais para preservar energia. No período pré-hibernação, esses animais se alimentam mais para armazenar a comida como gordura corporal, que é usada como energia durante o “sono”. 

Existem dois tipos de gordura: a gordura branca regular e a gordura marrom. A gordura marrom forma manchas perto do cérebro, coração e pulmões do animal e envia uma rápida explosão de energia para aquecer esses órgãos na hora de acordar.

Então por que os seres humanos não hibernam? 

O ser humano não precisa hibernar por dois motivos: 

  • Evolução: nossos ancestrais são animais tropicais sem um histórico de hibernação, apenas migrando para áreas com temperaturas extremas nos últimos cem mil anos ou mais — quando já haviam passado por adaptações metabólicas. 
  • Desenvolvimento: os seres humanos descobriram diversos métodos eficazes de sobrevivência ao frio, como o fogo, roupas, caça e abrigos. 
Foto de Daniele Levis Pelusi na Unsplash

Quais animais passam pelo processo de hibernação? 

Diversas espécies de animais hibernam, como ouriços, morcegos, algumas espécies de tartarugas, peixes e até mesmo insetos. Entretanto, alguns animais conhecidos por esse ato não são considerados verdadeiros hibernadores, como os ursos e os esquilos. 

No caso dos ursos, por exemplo, sair da hibernação leva mais tempo e usa muita energia, o que não é prático para animais de grande porte. Já os esquilos, por outro lado, não são capazes de ganhar gordura corporal suficiente para sobreviver durante todo o inverno sem comer.

Júlia Assef

Jornalista formada pela PUC-SP, vegetariana e fã do Elton John. Curiosa do mundo da moda e do meio ambiente.

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