Hipertireoidismo e hipotireoidismo são doenças diferentes, mas ambas acometem a mesma glândula, a tireoide – responsável por manter a função de órgãos importantes como o coração, o cérebro, o fígado e os rins.
No hipertireoidismo, também conhecido como quadro de “tireoide hiperativa”, a glândula em questão passa a produzir hormônios excessivamente, enquanto no hipotireoidismo a produção é reduzida.
O primeiro é mais comum entre mulheres de 20 a 40 anos, e o segundo, entre mulheres com mais de 60 anos. Ambos, entretanto, podem ocorrer a qualquer pessoa em qualquer idade, até mesmo em recém-nascidos – condições conhecidas, respectivamente, como hipertireoidismo congênito e hipotireoidismo congênito.
Ambos, hipertireoidismo e hipotireoidismo, possuem diversas causas e maior chance de acontecer entre parentes de pessoas que apresentam problemas na tireoide. Porém, no hipertireoidismo em adultos, a causa mais comum é a doença de Graves – o sistema imunológico ataca e danifica a tireoide, provocando seu aumento, estimulando a produção dos hormônios T3 e T4 em excesso. É uma doença crônica (que se mantém a longo prazo) e ocorre com mais frequência em pessoas que possuem parentes com histórico de problemas na tireoide.
Já no hipotireoidismo a causa mais comum é a doença de Hashimoto, nesse quadro, assim como no hipertireoidismo, o sistema imune ataca a tireoide, prejudicando suas funções, mas o que ocorre é uma diminuição da produção de hormônios.
Algumas causas menos comuns do hipertireoidismo são:
Já as causas menos comuns do hipotireoidismo são:
No início do hipertireoidismo ou em sua forma mais leve, os sintomas não são facilmente reconhecíveis. Algumas vezes pode haver sensação de desconforto e fraqueza. Entretanto, a doença é potencialmente grave, podendo ser fatal.
Em casos mais desenvolvidos os sintomas são:
Pode haver aumento nos níveis de colesterol e consequente doença cardíaca se os acometidos pelo hipotireoidismo não realizarem tratamento. Em casos mais graves, pode ocorrer coma mixedematoso, uma situação clínica incomum, mas potencialmente letal. Nesse quadro, o organismo apresenta adaptações fisiológicas (para compensar a falta dos hormônios tireoidianos) que, em caso de infecções, por exemplo, poderão ser insuficientes, fazendo a pessoa descompensar e entrar em coma.
Para diagnosticar o hipertireoidismo são feitos exames físicos e de sangue. A doença é confirmada quando os níveis de T4 e T3 estão mais elevados que o normal e o nível de TSH está menor que a referência.
Para determinar o tipo de hipertireoidismo é solicitado um exame de captação de iodo radioativo para medir quanto iodo é absorvido pela tireoide. Também pode haver a solicitação de imagens da tireoide a fim de verificar seu tamanho e presença de nódulos.
O hipotireoidismo é diagnosticado com base em exames de sangue que medirão os níveis dos hormônios estimuladores da tireoide – TSH e T4. A doença é confirmada quando os níveis de TSH estão elevados e os níveis de T4 baixos. Entretanto, nos casos mais leves ou iniciais, o TSH estará alto, enquanto o T4 pode estar normal.
Quando a causa do hipotireoidismo é a doença de Hashimoto, os exames podem detectar os anticorpos que atacam a tireoide.
Em recém-nascidos, o exame de tireoide é o chamado “Teste do Pezinho” e deve ser realizado entre o terceiro e o sétimo dia do nascimento. Isso porque, se o bebês doentes não forem tratados, poderá haver atraso no desenvolvimento mental e no crescimento.
O tratamento do hipertireoidismo depende de cada caso. Idade, tipo de hipertireoidismo, alergia a medicação (utilizada para o tratamento do hipertireoidismo), severidade da doença e doenças pré-existentes são os principais fatores que determinam qual será o tratamento adequado.
Os remédios utilizados basicamente impedirão a utilização do iodo pela tireoide, o que reduzirá os níveis de hormônios tireoidianos circulantes no sangue. Como o iodo é essencial para a sintetização do T3 e T4, na sua ausência haverá a desejada redução da produção de hormônios tireoidianos.
Outra forma de tratamento do hipertireoidismo é feita por meio da utilização do iodo radioativo. Esse tratamento cura a doença, mas normalmente destrói completamente a tireoide, fazendo com que a pessoa precise tomar hormônios tireoidianos até o fim da vida.
A remoção cirúrgica da tireoide é outra solução permanente, mas apresenta risco de danos às glândulas paratireoides (que controlam os níveis de cálcio no organismo) e aos nervos da laringe (cordas vocais). Esse tipo de tratamento só é recomendado quando os medicamentos ou terapia com iodo radioativo não são apropriados.
No tratamento do hipertireoidismo também podem ser utilizadas drogas beta-bloqueadoras. Esses medicamentos (tais como atenolol) não baixam os níveis de hormônio da tireoide, mas podem controlar sintomas graves, como a frequência cardíaca acelerada, tremores e ansiedade.
Se você já foi tratado por hipertireoidismo ou está sendo tratado, lembre-se de consultar o médico regularmente para que a condição seja monitorada. Os níveis dos hormônios da tireoide precisam estar normais e os ossos devem estar recebendo cálcio suficiente para que se mantenham fortes.
O tratamento do hipotireoidismo empregado pela medicina convencional é a ingestão diária de levotiroxina em jejum (meia hora antes da primeira refeição do dia), na quantidade prescrita pelo médico, de acordo com cada organismo.
A levotiroxina reproduz o funcionamento da tireoide, mas para que o tratamento seja eficaz o uso deve seguir a prescrição médica.
Fontes: Ministério da Saúde e Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
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