Hipertireoidismo e hipotireoidismo: qual a diferença?

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Hipertireoidismo e hipotireoidismo são doenças diferentes, mas ambas acometem a mesma glândula, a tireoide – responsável por manter a função de órgãos importantes como o coração, o cérebro, o fígado e os rins.

No hipertireoidismo, também conhecido como quadro de “tireoide hiperativa”, a glândula em questão passa a produzir hormônios excessivamente, enquanto no hipotireoidismo a produção é reduzida.

O primeiro é mais comum entre mulheres de 20 a 40 anos, e o segundo, entre mulheres com mais de 60 anos. Ambos, entretanto, podem ocorrer a qualquer pessoa em qualquer idade, até mesmo em recém-nascidos – condições conhecidas, respectivamente, como hipertireoidismo congênito e hipotireoidismo congênito.

Causas

Ambos, hipertireoidismo e hipotireoidismo, possuem diversas causas e maior chance de acontecer entre parentes de pessoas que apresentam problemas na tireoide. Porém, no hipertireoidismo em adultos, a causa mais comum é a doença de Graves – o sistema imunológico ataca e danifica a tireoide, provocando seu aumento, estimulando a produção dos hormônios T3 e T4 em excesso. É uma doença crônica (que se mantém a longo prazo) e ocorre com mais frequência em pessoas que possuem parentes com histórico de problemas na tireoide. 

Já no hipotireoidismo a causa mais comum é a doença de Hashimoto, nesse quadro, assim como no hipertireoidismo, o sistema imune ataca a tireoide, prejudicando suas funções, mas o que ocorre é uma diminuição da produção de hormônios. 

Algumas causas menos comuns do hipertireoidismo são:

  • Nódulos tireoidianos: tumores na glândula tireoide, que podem secretar excesso de hormônio tireoidiano.
  • Tireoidite subaguda: uma inflamação dolorosa da  tireoide tipicamente causada por vírus.

  • Tiroidite linfocítica: uma inflamação não-dolorosa causada pela infiltração de linfócitos (um tipo de célula branca do sistema imune) na tireoide. 
  • Tireoidite pós-parto: tireoidite que se desenvolve logo após o término da gravidez

Já as causas menos comuns do hipotireoidismo são:

  • Tratamento com iodo radioativo ou cirurgia da tireoide (que são empregados para tratar outros problemas na tireoide)
  • Má formação na gestação (casos em que a tireoide do bebê não se desenvolve de maneira adequada)

Sintomas do hipertireoidismo

No início do hipertireoidismo ou em sua forma mais leve, os sintomas não são facilmente reconhecíveis. Algumas vezes pode haver sensação de desconforto e fraqueza. Entretanto, a doença é potencialmente grave, podendo ser fatal.

Em casos mais desenvolvidos os sintomas são:

  • Aceleração dos batimentos cardíacos (mais de 100 por minuto);
  • Irregularidade no ritmo cardíaco, principalmente em pacientes com mais de 60 anos;
  • Nervosismo, ansiedade e irritação;
  • Mãos trêmulas e sudoreicas;
  • Perda de apetite;
  • Intolerância a temperaturas quentes;
  • Sudorese
  • Queda de cabelo e/ou fraqueza do couro cabeludo;
  • Rápido crescimento das unhas, com tendência à descamação;
  • Fraqueza nos músculos, especialmente nos braços e coxas;
  • Intestino solto;
  • Perda de peso;
  • Menstruação irregular;
  • Aumento da probabilidade de aborto;
  • Olhar fixo;
  • Protusão dos olhos (ficam saltados), com ou sem visão dupla (em pacientes com a doença de Graves);
  • Acelerada perda de cálcio dos ossos, com aumento do risco de osteoporose e fraturas.

Sintomas do hipotireoidismo

  • Depressão;
  • Desaceleração dos batimentos cardíacos;
  • Prisão de ventre;
  • Menstruação irregular;
  • Falhas de memória;
  • Cansaço excessivo;
  • Dores musculares;
  • Pele e cabelos secos;
  • Queda de cabelo;
  • Sensação de frio;
  • Ganho de peso.

Pode haver aumento nos níveis de colesterol e consequente doença cardíaca se os acometidos pelo hipotireoidismo não realizarem tratamento. Em casos mais graves, pode ocorrer coma mixedematoso, uma situação clínica incomum, mas potencialmente letal. Nesse quadro, o organismo apresenta adaptações fisiológicas (para compensar a falta dos hormônios tireoidianos) que, em caso de infecções, por exemplo, poderão ser insuficientes, fazendo a pessoa descompensar e entrar em coma.

Diagnóstico do hipertireoidismo

Para diagnosticar o hipertireoidismo são feitos exames físicos e de sangue. A doença é confirmada quando os níveis de T4 e T3 estão mais elevados que o normal e o nível de TSH está menor que a referência.

Para determinar o tipo de hipertireoidismo é solicitado um exame de captação de iodo radioativo para medir quanto iodo é absorvido pela tireoide. Também pode haver a solicitação de imagens da tireoide a fim de verificar seu tamanho e presença de nódulos.

Diagnóstico do hipotireoidismo

hipotireoidismo é diagnosticado com base em exames de sangue que medirão os níveis dos hormônios estimuladores da tireoide – TSH e T4. A doença é confirmada quando os níveis de TSH estão elevados e os níveis de T4 baixos. Entretanto, nos casos mais leves ou iniciais, o TSH estará alto, enquanto o T4 pode estar normal.

Quando a causa do hipotireoidismo é a doença de Hashimoto, os exames podem detectar os anticorpos que atacam a tireoide.

Em recém-nascidos, o exame de tireoide é o chamado “Teste do Pezinho” e deve ser realizado entre o terceiro e o sétimo dia do nascimento. Isso porque, se o bebês doentes não forem tratados, poderá haver atraso no desenvolvimento mental e no crescimento.

Tratamento do hipertireoidismo

tratamento do hipertireoidismo depende de cada caso. Idade, tipo de hipertireoidismo, alergia a medicação (utilizada para o tratamento do hipertireoidismo), severidade da doença e doenças pré-existentes são os principais fatores que determinam qual será o tratamento adequado.

Os remédios utilizados basicamente impedirão a utilização do iodo pela tireoide, o que reduzirá os níveis de hormônios tireoidianos circulantes no sangue. Como o iodo é essencial para a sintetização do T3 e T4, na sua ausência haverá a desejada redução da produção de hormônios tireoidianos.

Outra forma de tratamento do hipertireoidismo é feita por meio da utilização do iodo radioativo. Esse tratamento cura a doença, mas normalmente destrói completamente a tireoide, fazendo com que a pessoa precise tomar hormônios tireoidianos até o fim da vida.

A remoção cirúrgica da tireoide é outra solução permanente, mas apresenta risco de danos às glândulas paratireoides (que controlam os níveis de cálcio no organismo) e aos nervos da laringe (cordas vocais). Esse tipo de tratamento só é recomendado quando os medicamentos ou terapia com iodo radioativo não são apropriados.

No tratamento do hipertireoidismo também podem ser utilizadas drogas beta-bloqueadoras. Esses medicamentos (tais como atenolol) não baixam os níveis de hormônio da tireoide, mas podem controlar sintomas graves, como a frequência cardíaca acelerada, tremores e ansiedade.

Se você já foi tratado por hipertireoidismo ou está sendo tratado, lembre-se de consultar o médico regularmente para que a condição seja monitorada. Os níveis dos hormônios da tireoide precisam estar normais e os ossos devem estar recebendo cálcio suficiente para que se mantenham fortes.

Tratamento do hipotireoidismo

O tratamento do hipotireoidismo empregado pela medicina convencional é a ingestão diária de levotiroxina em jejum (meia hora antes da primeira refeição do dia), na quantidade prescrita pelo médico, de acordo com cada organismo.

A levotiroxina reproduz o funcionamento da tireoide, mas para que o tratamento seja eficaz o uso deve seguir a prescrição médica.


Fontes: Ministério da SaúdeSociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia

Equipe eCycle

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