Hipnose: como funciona, usos e veracidade

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A hipnose é um estado de transe, ou de despertar da consciência, onde a atenção de uma pessoa se desliga do ambiente em que ela se encontra. A partir daí, ela é absorvida por experiências interiores, como sentimentos, cognição e imagens cerebrais. 

A hipnose leva o indivíduo a um estado de atenção focalizada, sugestionabilidade elevada e fantasias vivas. Esta técnica é considerada um tipo de medicina tradicional, usada para o tratamento de condições como dores crônicas, ansiedade e depressão

Durante as sessões de hipnose, o profissional responsável trabalha com a construção de uma realidade hipnótica. Nesta realidade, ele faz sugestões para o seu paciente, que ele comumente ignoraria ou negaria em seu dia a dia. O intuito é que o paciente consiga superar um obstáculo em seu tratamento que não pode ser ultrapassado com facilidade.

Apesar de muitas pessoas, inclusive profissionais de saúde, não acreditarem na hipnose, já existem estudos que apontam alguns efeitos reais da técnica. Um dos fatores que apontam a veracidade da hipnose é o estado de transe que as pessoas enfrentam em seu dia a dia.

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Afinal, os seres humanos passam pelo estado de transe diversas vezes em sua vida, quando estão imersos em histórias de filmes, livros e músicas ou quando se distraem da realidade que os cerca.

Tipos de hipnose  

Hipnose guiada: este tipo de hipnose usa de ferramentas, como instruções gravadas e música, para induzir o estado de transe;

Hipnoterapia: é um tipo de hipnose usada na psicoterapia, praticada por psicólogos ou psiquiatras licenciados. O intuito da hipnoterapia é tratar condições como a depressão, ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático e transtornos alimentares;

Auto-hipnose: um processo que acontece quando a pessoa se induz a um estado de hipnose. É comumente usado para controlar a dor e o estresse.

Usos da hipnose 

Existem algumas condições que podem ser aliviadas pela prática da hipnose, elas são:

  • Sintomas de síndrome do intestino irritável;
  • Controle de dor em procedimentos dentários;
  • Eliminação ou redução das condições de pele, incluindo verrugas e psoríase;
  • Sintomas de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade;
  • Sintomas de dores crônicas, como reumatoide e artrite;
  • Dor durante o parto;
  • Sintomas de demência;
  • Náusea e vômito em pacientes com câncer que fazem quimioterapia; 
  • Depressão, transtorno de estresse pós-traumático e ansiedade;
  • Cicatrização de ponto pós-cirurgia;
  • Perda de peso;
  • Cessação do tabagismo;
  • Insônia.

Riscos da hipnose 

Quando realizada por um profissional treinado e licenciado, a hipnose não costuma apresentar riscos ou efeitos colaterais. No entanto, algumas pessoas podem apresentar:

  • Dores de cabeça
  • Tontura
  • Sonolência
  • Ansiedade momentânea

A hipnose para recuperação de memória costuma ser mais propensa a riscos como ansiedade, angústia e estresse. Isso porque ainda não existem muitos estudos sobre a prática, e ela é considerada controversa, podendo criar até mesmo memórias falsas no paciente. 

História da hipnose 

A popularidade da hipnose cresceu em meados do século XVIII, devido ao médico Franz Mesmer. A prática ganhou uma fama controversa na época, pois Mesmer tinha muitas crenças místicas que iam em contramão com a ciência. 

No século XIX, a psicologia começou a se aproximar da hipnose através de Jean-Martin Charcot. Ele buscava tratar mulheres, que na época eram diagnosticadas com “histeria”. Esse trabalho de Charcot inspirou Sigmund Freud, o pai da psicanálise, a desenvolver a hipnose em sua área.  

Com o tempo, as teorias que explicam a hipnose foram surgindo, e atualmente, a mais famosa é a de Hilgard. Segundo o pensador, pessoas em estado de transe experienciam uma divisão em sua consciência, onde existem duas correntes diferentes de atividade cerebral.

Enquanto uma corrente de consciência responde às sugestões do hipnólogo, a outra corrente dissociada processa a informação fora da consciência do indivíduo hipnotizado.

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Hipnose é real? 

Já existem pesquisas que provam a eficácia da hipnose no tratamento de diversas condições. No entanto, a suscetibilidade de cada indivíduo à técnica é diferente. Algumas pessoas são mais propensas a aceitarem o estado de transe, enquanto outras encontram dificuldades com a hipnose.

Porém, é preciso ter em mente que nem tudo sobre a hipnose é realidade. Existem diversos mitos que foram se construindo com o passar do tempo, que não remetem a verdadeira terapia de hipnose. Confira alguns deles:

Todas as pessoas pode ser hipnotizadas: mentira

Um estudo, da Stanford University School of Medicine, sugeriu que cerca de 10% da população humana são altamente hipnotizáveis. Mesmo que a outra parte da população possa ser hipnotizada, essas pessoas são menos receptivas à técnica. 

Pessoas não têm controle sobre o corpo quando hipnotizadas: mentira 

A mídia faz parecer que os indivíduos não têm controle sobre suas ações no estado de hipnose, isso é mentira. No estado de hipnose, as pessoas continuam cientes sobre suas ações. Se você não quiser fazer algo quando estiver hipnotizado, você não vai fazer. 

Não se pode mentir quando está hipnotizado: mentira 

As pessoas só se tornam mais abertas a sugestões durante a hipnose. Não significa que elas não têm livre arbítrio ou julgamentos morais próprios. 

Você pode ser hipnotizado pelo telefone: mentira 

Um estudo de 2013, revelou que ferramentas de aplicativos e sites on-line não costumam ser criadas por hipnólogos ou por organizações de hipnose. Isso significa que não usam técnicas licenciadas ou o conhecimento de um especialista, e podem não funcionar. Grande parte dos profissionais da área não recomenda este tipo de prática.  

Ana Nóbrega

Jornalista ambiental, praticante de liberdade alimentar e defensora da parentalidade positiva. Jovem paraense se aventurando na floresta de cimento de São Paulo.

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