Homens que comem muita carne de vaca, cordeiro, porco e outras carnes vermelhas são mais inseguros quanto à sua masculinidade, sugere um novo estudo canadense. A conclusão da pesquisa é que homens que sofrem de “estresse de masculinidade” são mais propensos a tentar “aumentar sua virilidade” comendo carne vermelha.
O estudo, conduzido pela pesquisadora Rhiannon MacDonnell Mesler, da Universidade de Lethbridge, Alberta, no Canadá, ainda sugere que as propagandas de grandes redes de fast food parecem ter um papel importante nesse engodo.
“Nossos resultados sugerem que os homens preocupados com sua masculinidade procuram aumentá-la por meio dos alimentos que consomem”, disse ela.
Pesquisas anteriores descobriram que o consumo de carne vermelha é considerado por homens e mulheres como associado às qualidades masculinas, como virilidade e desejo sexual.
O novo estudo cita críticas a um anúncio de 2009 que mostra um hambúrguer “longo e suculento” flutuando na frente dos lábios entreabertos de uma mulher – um eufemismo para sexo oral – com o slogan “Vai te surpreender”.
Portanto, não é surpreendente que o consumo de carne vermelha seja significativamente maior entre os homens do que entre as mulheres, dizem os autores do estudo, que exploraram os efeitos do ‘estresse da masculinidade’ no consumo de carne vermelha.
No primeiro estágio do estudo, 300 participantes do sexo masculino do Reino Unido, Estados Unidos e Canadá foram avaliados quanto ao estresse de masculinidade, até que ponto eles se adaptam à masculinidade tradicional e sua intenção de comprar carne vermelha.
Do total, 13 foram retirados do estudo após se revelarem vegetarianos ou veganos, deixando uma amostra final de 287 consumidores de carne do sexo masculino.
O estresse de masculinidade foi determinado por questões como, ‘Eu gostaria de estar interessado em coisas que outros caras acham interessantes’ e ‘Eu me preocupo que as mulheres me achem menos atraente porque eu não sou tão macho quanto os outros caras’.
Em seguida, os participantes foram informados sobre um novo produto chamado ‘The Butcher Box’, que entrega carnes embaladas a domicílio.
Seguindo uma descrição do produto, foi perguntado a eles ‘Qual a sua tendência em comprar uma caixa de carne contendo 8 bifes de primeira linha, 24 salsichas e 6 libras de carne moída magra?’.
Além disso, os participantes afirmaram até que ponto concordavam com um conjunto de crenças sobre a relação entre masculinidade e consumo de alimentos.
Estes incluíam ‘alguns alimentos são mais masculinos do que outros’, ‘homens de verdade comem carne’, ‘há alguns alimentos que são simplesmente femininos’ e ‘quando como carne, sinto-me um homem’.
Os resultados mostraram que os homens com alto estresse de masculinidade eram mais propensos a acreditar que comer carne aumentaria sua masculinidade e, consequentemente, eram mais inclinados a comprar carne vermelha.
Na próxima parte do estudo, outros 200 participantes do sexo masculino dos mesmos três países completaram um questionário de masculinidade e foram informados de que suas respostas seriam usadas para validar ‘uma nova medida de masculinidade’.
Os entrevistados foram designados aleatoriamente para receber feedback com a intenção de afirmar ou refutar sua masculinidade (ou seja, ‘nosso algoritmo indica que você é mais/menos masculino do que 85 por cento da população’).
Foi pedido a eles então que escolhessem quatro pratos principais de um menu de cafeteria – um sanduíche de almôndega ou um sanduíche de bacon (opções masculinas de carne vermelha) ou uma salada com frango ou uma salada com tofu (opções não masculinas).
Os resultados mostraram que afirmar a masculinidade dos participantes reduziu a probabilidade de eles escolherem qualquer uma das opções de carne vermelha.
No geral, os pesquisadores acham que a publicidade que tenta associar o consumo de carne às mulheres pode reduzir o consumo de carne entre os homens.“No entanto, advertiríamos os profissionais de marketing de que isso poderia, paradoxalmente, aumentar o consumo de carne pelas mulheres e, portanto, não reduzir o consumo geral”, dizem eles em seu artigo, publicado na revista Appetite.
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