Vira e mexe uma sigla de referência sempre aparece quando o assunto envolve pesquisas relacionadas ao perigo que certos itens ou substâncias trazem em termos de potenciais cancerígenos. Essa sigla é a IARC e ela representa a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (International Agency for Research on Cancer, da sigla em inglês).
Para entender o que é a IARC, deve-se compreender sua estrutura organizacional. Através de uma iniciativa francesa, a Alemanha Ocidental, a Itália, o Reino Unido e os Estados Unidos criaram, em maio de 1965, na décima oitava Assembleia Mundial da Saúde, a IARC, sediada em Lyon, na França. Por ser uma extensão da Organização Mundial da Saúde (OMS), ela segue as regras gerais das Nações Unidas, mas é governada por dois grupos: o Conselho Governamental e o Conselho Científico. Entenda o que são os dois órgãos:
Composto pelos representantes dos países participantes e do diretor geral da OMS, o conselho rege a política geral e elege, a cada cinco anos, o diretor da agência. Todo ano, o Conselho Governamental se reúne uma semana antes da Assembleia Mundial da Saúde.
Selecionados pela competência técnica no campo de pesquisa em câncer, esse conselho congrega cientistas altamente qualificados, que são apontados como especialistas dos países participantes. Após o período de quatro anos, o país ao qual aquele cientista representava indicará até dois especialistas para substitui-lo.
O conselho realiza avaliações periódicas das atividades da agência, documenta atividades permanentes e prepara projetos especiais, que são submetidos ao Conselho Governamental. Anualmente, o Conselho Científico se reúne no final de janeiro ou começo de fevereiro.
Sua principal renda é a contribuição que os países participantes fornecem, mas, além disso, muitas cooperativas e agências de financiamento realizam doações, como a Comissão Europeia, o Instituto Nacional de Saúde dos EUA, o Fundo Internacional de Pesquisa em Câncer e a Fundação Bill e Melinda Gates. Além das agências e cooperativas, eles aceitam doações de pessoas físicas e instituições privadas.
Em 1970, o Comitê de Carcinógenos Ambientais da IARC recomendou a elaboração de uma documentação preparada por especialistas sobre agentes cancerígenos. O termo agente é utilizado porque a agência analisa os mais variados suspeitos de causar câncer, como químicos, diferentes formas de radiação e agentes físicos e biológicos.
A documentação criada tem o intuito de ser uma fonte segura a respeito das causas do câncer e meios de evitá-lo. Além disso, eles buscam auxiliar na implementação de políticas de prevenção ao câncer e no treinamento de pesquisadores em todo o mundo, dando prioridade para países de baixa e média renda em áreas de maior epidemiologia do câncer.
Para a classificação do agente, são realizados estudos em humanos e animais, além de serem feitas pesquisas sobre quaisquer aspectos que sejam significantes, como patologia do tumor, fatores genéticos, metabolismo e toxicologia do agente. Baseada nessas informações, a classificação é feita e o agente é alocado em um dos seguintes grupos:
Hoje a agência conta com, além dos países fundadores, a participação da Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Finlândia, Índia, Irlanda, Japão, Noruega, Holanda, República da Coréia, Rússia, Espanha, Suécia, Suíça e Turquia. O Brasil se tornou membro da IARC em 2013.
Curta o vídeo a seguir (em inglês) e entenda um pouco mais sobre como a agência funciona, seus objetivos, metodologia, classificação das substâncias e o exemplo de um dos casos de estudos da IARC, especificamente sobre os efeitos da radiofrequência associada ao uso de telefones celulares:
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