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O material coletado é transformado em mantas isolantes térmicas para famílias carentes da região que sofrem com o calor. Projeto também pode ser fonte de renda para pais de alunos

Na Escola Estadual Dr. José Alves da Silveira, localizada no município de Quixeramobim, no estado do Ceará, cinco alunos do primeiro ano do curso técnico de edificações tiveram uma grande ideia: reaproveitar as embalagens de longa vida na confecção de mantas para serem instaladas nos forros das casas. Elas funcionam como isolantes térmicos, podendo reduzir a temperatura interior do ambiente em até 8ºC nas casas de famílias de baixa renda.

Com experiências e estatísticas, os alunos conseguiram comprovar a eficiência de sua invenção. As embalagens de longa vida têm de 5% a 25% de alumínio em sua composição, o que garante o isolamento térmico. Para finalizar o projeto, faltava apenas organizar as coletas de embalagens, higienizá-las e costurar as mantas.

Campanhas para arrecadar embalagens foram espalhadas pela cidade. Os inventores do projeto foram até a rádio local explicar a iniciativa e pedir ajuda dos moradores de Quixeramobim, além de bater de casa em casa pedindo caixas de leite, de suco, entre outras, e também em supermercados e lanchonetes.

A notícia se espalhou e a adesão dos moradores foi total. Grande parte dos alunos da escola se envolveu no projeto. Gincanas foram organizadas para arrecadar embalagens e, na última, foram coletadas 30 mil. Cada manta possui 60 m². Uma casa já foi completamente forrada e, em breve, mais duas serão entregues.

O projeto Reação também tem o objetivo de incentivar os pais dos alunos a participarem e constituírem cooperativas para a confecção das mantas isolantes como uma opção de geração de renda. Para os alunos se trata apenas de um estudo cientifico e uma atividade produtiva, sem pretensão de obtenção de lucros.

Mais produtos

Outros produtos foram desenvolvidos pelos estudantes de Quixeramobim. Depois da mantas térmicas de embalagens longa vida, foram produzidas sacolas-térmicas, protetores de para-brisa, carteiras, bolsas para notebook, lancheiras, estojos, lápis, entre outros, feitos a partir da embalagem longa vida. Todo recurso arrecadado é investido em melhorias e benefícios aos alunos.

A fábrica de calçados da cidade, Aniger, doou duas máquinas industriais para o projeto Reação, o que foi muito útil no problema de quebra de agulhas, pois a doméstica utilizada pelos estudantes não aguentava a quantidade de material. A Aniger também começou a doar restos de materiais, como couro sintético, que foi agregado a produção de bolsas, carteiras e sacolas.

Mesmo com o aumento da produção, ainda há casas na fila de espera do isolamento térmico devido à grande demanda. Os alunos da Escola Estadual Dr. José Alves da Silveira agora também estão se dedicando à produção de redes de pesca e redes de descanso feitas a partir de sacos plásticos de arroz, coletados em casas de família e supermercados.

Resíduos de borracha e PVC também são reaproveitados pelo Reação – materiais que também são doados pela fábrica de calçados. Depois de triturados, eles são reutilizados na fabricação de tijolos para construção civil. Essa experiência pode se tornar fonte de renda para os pais dos alunos que se interessem em formar uma cooperativa para fabricar os tijolos de borracha e de PVC.

Para saber mais sobre o projeto, acesse o blog oficial do Reação.


Imagens: Sebrae e Blog Reação


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