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A importância da monitorização e da transição energética frente a desastres climáticos

Os vazamentos no gasoduto submarino Nord Stream em setembro de 2022 se tornaram um dos mais marcantes episódios de liberação de metano para a atmosfera, evidenciando a gravidade das emissões provenientes de acidentes em infraestruturas energéticas. Estudos estimam que cerca de 465 mil toneladas métricas de metano foram liberadas, um volume equivalente a 0,1% das emissões antropogênicas globais desse gás em 2022. Apesar de sua magnitude, o episódio também expõe lacunas na quantificação e no controle das emissões de metano em escala global.

As rupturas ocorreram em quatro pontos distintos dos gasodutos Nord Stream 1 e 2, que conectam a Rússia à Europa através do Mar Báltico. Explosões subaquáticas danificaram segmentos significativos da estrutura, liberando grandes volumes de gás natural pressurizado composto predominantemente por metano. O gás escapou em forma de bolhas que alcançaram a superfície do mar, formando manchas de espuma visíveis por até uma semana após o incidente. Embora os gasodutos não estivessem em operação no momento, estavam completamente carregados, amplificando o impacto ambiental.

Para compreender a dimensão desse evento, cientistas combinaram múltiplas abordagens de medição. Dados de satélites, observações aéreas e medições in situ foram cruzados com simulações de fluxo de metano, modelando a evolução das emissões desde a ruptura até a dispersão atmosférica. Essa síntese revelou uma consistência significativa entre os cálculos obtidos a partir de diferentes métodos, reforçando a necessidade de integração de tecnologias para monitorar emissões de gases de efeito estufa.

Os impactos não se limitam à emissão direta de metano, um dos gases mais potentes em termos de efeito estufa. A dissolução parcial do gás nas águas do Báltico também trouxe preocupações para a biodiversidade local, uma vez que altera o equilíbrio químico marinho. Episódios semelhantes em outras partes do mundo, como o desastre da plataforma Deepwater Horizon, reforçam os riscos múltiplos de acidentes envolvendo infraestruturas de combustíveis fósseis.

A emergência desse caso também reacendeu o debate sobre a urgência de mitigar emissões antropogênicas de metano, especialmente no âmbito do Compromisso Global pelo Metano. Iniciativas globais para reduzir emissões desse gás precisam considerar não apenas fontes continuadas, como a produção de energia e a agropecuária, mas também a prevenção e controle de acidentes como o do Nord Stream. Políticas robustas, tecnologias de detecção rápida e transparência na operação de gasodutos são aspectos fundamentais para evitar danos ambientais de grande escala.

As emissões de metano provenientes dos vazamentos no Nord Stream colocam em evidência um dilema crítico: a continuidade de um modelo energético dependente de combustíveis fósseis contrasta com os objetivos climáticos globais. Casos como esse reforçam a necessidade de transição para fontes energéticas limpas e sustentáveis, bem como de maior cooperação internacional na gestão e regulação de infraestruturas de alto risco.


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