A acidificação oceânica decorrente das emissões de CO2 é um problema conhecido, porém, ainda estamos de mãos atadas com relação a certezas e níveis de conhecimentos sobre futuros impactos e possíveis soluções.
De acordo com o Sumário para Formuladores de Políticas Públicas do II Simpósio sobre Oceanos em um Mundo com Elevado CO2, as investigações sobre o tema são recentes e incertas, de modo que, apesar de existirem pontos de medição (que levam em conta variáveis químicas e ecossistêmicas), existem poucos desses pontos que realizam essa medição há um tempo considerável.
Os impactos ambientais da acidificação oceânica são conhecidos apenas quando envolvem espécies isoladas, submetidas a um ambiente que esteja em tal condição. Porém, questões ambientais envolvem múltiplas variáveis. Por esse motivo, para determinar os impactos ambientais desse processo, é preciso o estudo das variáveis como um todo.
Outro ponto importante e pouco estudado, segundo publicação da Revista Química Nova, refere-se aos efeitos da acidificação oceânica sobre o processo de especiação química de metais (são as mudanças de forma em que um determinado elemento existe num sistema), agindo de modo a diminuir ou aumentar a solubilidade de metais (o ferro, por exemplo, pode se tornar ferro trivalente e isso teria diversas consequências).
Existe também, de acordo com estudo feito por pesquisador da University of Alaska Fiarbanks, um desconhecimento relacionado à possibilidade de os impactos biológicos desse processo serem reversíveis ou não, como a mudança no número de organismos marinhos, assim como o surgimento de novas espécies. Também não é clara a velocidade da resposta evolutiva que esses organismos marinhos darão.
Todas essas incertezas custam caro e provocam perdas econômicas bilionárias nos setores de turismo e de pesca, aponta o Natural Resources Defense Council (NRDC). No turismo, somente os recifes de corais movimentam bilhões de dólares por ano em todo o mundo. De acordo com pesquisa realizada por Cooley e Doney da Woods Hole Oceanographic Institution (EUA), no setor de turismo, os Estados Unidos teriam um impacto econômico de aproximadamente US$ 43 milhões por ano.
Por todas essas razões, a fundação X Prize, que premia e incentiva, por meio de competições, ideias inovadoras que são de grande utilidade para alguma área do conhecimento, está oferecendo US$ 2 milhões que serão divididos em partes iguais para cada uma das duas equipes que tiverem a capacidade de produzir um sensor de pH muito preciso e um outro sensor de pH que seja viável economicamente. O objetivo por trás da criação desses sensores é medir, com a maior precisão possível, o pH de oceanos, que estão sofrendo o processo de acidificação. Assista ao vídeo abaixo produzido pela NRDC sobre o problema da acidificação oceânica.
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