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Entre 2003 e 2020, as instalações hidrelétricas dos EUA registraram um declínio acentuado na produção de energia

A seca prolongada, ao longo das últimas duas décadas, impôs severas perdas econômicas ao setor hidrelétrico dos Estados Unidos, atingindo a marca de 28 bilhões de dólares em prejuízos. Um estudo recente do Centro de Pesquisa de Hidrosistemas Complexos, da Universidade do Alabama, alerta para a necessidade urgente de planejamento adequado para mitigar os efeitos da falta de chuvas na geração de energia. Caso contrário, o que é hoje considerado uma fonte limpa e renovável pode se tornar insustentável em períodos de seca severa, ampliando os desafios energéticos e ambientais.

Entre 2003 e 2020, as instalações hidrelétricas do país não só registraram um declínio acentuado na produção de energia, como também enfrentaram aumento nas despesas ao serem forçadas a comprar eletricidade de outras fontes, muitas delas movidas a combustíveis fósseis, como o gás natural. Essa dependência contribuiu para um aumento de 10% nas emissões de dióxido de carbono (CO₂) e de 24% nas emissões de óxidos de nitrogênio (NO₂), agravando a qualidade do ar em várias regiões do país, já vulneráveis aos efeitos da mudança climática.

Apesar de a energia hidrelétrica representar apenas cerca de 7% da matriz energética do estado do Alabama, o estudo revela que a menor exposição à seca, combinada a uma maior capacidade de adaptação, tornou o estado menos vulnerável em comparação a outras regiões. Estados como Nevada, por exemplo, que enfrentam condições climáticas áridas, conseguiram mitigar melhor os impactos da seca devido à existência de grandes reservatórios, como o da Represa Hoover. Esses reservatórios oferecem uma proteção adicional ao armazenar água em momentos críticos, além de aumentar a resiliência do sistema.

No entanto, nem todos os estados dispõem de tais recursos. Em regiões altamente dependentes da energia hidrelétrica e menos adaptadas às secas, os impactos econômicos e ambientais foram mais severos. A seca não apenas levou à perda de receita das usinas, mas também gerou a necessidade de importar energia mais cara e poluente, colocando em xeque a sustentabilidade da matriz energética e contribuindo para a deterioração da qualidade do ar.

A pesquisa aponta para uma vulnerabilidade regional significativa, destacando que a solução passa por um planejamento mais robusto, com foco na diversificação de fontes de energia e na adoção de melhores práticas de gestão de recursos hídricos. As estratégias de mitigação, especialmente adaptadas a cada estado, são essenciais para aumentar a resiliência do setor energético em relação às futuras secas. Sem essas medidas, os impactos das mudanças climáticas, anteriormente associados apenas a inundações, devem ser repensados em termos de sua capacidade de enfraquecer a produção de energia renovável, como a hidrelétrica.

O estudo conclui que, embora um aumento temporário nas emissões de gases poluentes devido à seca possa não gerar uma preocupação imediata, é um alerta para a necessidade de um planejamento mais eficaz. A seca, assim como as inundações, deve ser tratada com seriedade no contexto da mudança climática, para garantir a segurança energética e ambiental a longo prazo.


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