Ao analisar campos elétricos perto de abelhas, cientistas da Universidade de Bristol puderam concluir que esses insetos podem contribuir para a energia atmosférica tal como uma nuvem de tempestade. A descoberta foi publicada no jornal iScience e evidenciou outra função dos insetos no ecossistema terrestre.
A energia produzida por esses insetos é capaz de influenciar fenômenos climáticos, ajudar insetos a encontrarem comida e auxiliar em seus sistemas migratórios.
“Sempre analisamos como a física influencia a biologia, mas em algum momento percebemos que a biologia também pode influenciar a física.” Disse Ellard Hunting, líder da pesquisa. “Estamos interessados em como diferentes organismos usam os campos elétricos estáticos que estão praticamente em todos os lugares do ambiente.”
De acordo com os resultados obtidos, cientistas concluíram que enxames de abelhas mudam a eletricidade atmosférica em 100 a 1.000 volts por metro. A partir disso, recriaram um modelo que pode prever a influência de outros insetos na atmosfera.
Liam O’Reilly, co-autor da pesquisa, afirma que a influência dos insetos na energia atmosférica depende da densidade e tamanho desses animais.
Em um modelo com gafanhotos, os cientistas calcularam uma influência ainda maior que a das abelhas, uma vez que esses animais possuem enxames “em escalas bíblicas”. Desse modo, a descoberta também pode exercer um novo papel dentro do controle de pragas, criando campos elétricos de alta tensão e repelindo esses insetos de áreas ameaçadas.
As nuvens de gafanhotos, por exemplo, são uma grande praga agrícola que pode reunir centenas de milhões desses insetos, posando como uma ameaça às plantações do mundo todo.
No Brasil, a maior ameaça por uma nuvem de gafanhotos documentada ocorreu em 2020 e foi formada no Paraguai, depois de uma frente fria. Acredita-se que ela era composta de até 40 milhões de insetos, fazendo com que o Ministério da Agricultura declarasse estado de emergência fitossanitária em alguns estados do Sul do país.
A solução também é uma alternativa ao uso de inseticidas sintéticos, que podem apresentar diversos riscos ao ecossistema local de plantações e a insetos benéficos, como as abelhas.
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