Insetos polinizadores ajudam a garantir segurança alimentar, dizem especialistas

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Conferência da ONU sobre Biodiversidade alerta que abelhas, borboletas e outros estão sob ameaça devido atividades humanas; especialistas disseram que esses insetos afetam a vida de toda a humanidade

Imagem: FAO/Dino Martins

Os especialistas reunidos na Conferência da ONU sobre Biodiversidade, em Cancún, no México, afirmaram esta quarta-feira que abelhas, borboletas, besouros e outros insetos estão sob ameaça das atividades humanas.

Eles alertam que os países devem modificar suas práticas de agricultura para garantir que a produção das colheitas seja suficiente para cobrir a demanda e evitar perdas econômicas.

Importância

De Cancún, em entrevista à Rádio ONU, a vice-diretora da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, Maria Helena Semedo, falou sobre a importância da biodiversidade.

“Biodiversidade é vida na Terra, biodiversidade tem a ver com o que nós comemos, com as espécies e as variedades que existem de plantas, de animais e de peixes. É necessário preservar essa biodiversidade para que nós possamos alimentar uma população crescente que se pensa ser de 9 a 10 bilhões em 2050. E para isso, temos que produzir mais 60% do que produzimos hoje.”

O co-presidente do painel que discute o relatório sobre polinizadores, Simon Potts, afirmou que esses insetos afetam todas as pessoas. Segundo ele, a comida e a bebida que as pessoas consomem, desde frutas e vegetais até o chocolate e o café, dependem dos polinizadores.

Ele explica que esses insetos estão ameaçados e morrendo por causa de pesticidas, da mudança climática e da agricultura intensiva.

Estudo

Um estudo sobre o assunto mostrou que 75% das safras de alimentos e 90% das plantas dependem de alguma forma da polinização animal. Isto significa, a transferência do pólen entre as partes masculina e feminina das plantas para que elas possam fertilizar e se reproduzir.

O valor anual das colheitas agrícolas que dependem de polinização chega a US$ 577 bilhões. Sem a polinização, plantações de café, cacau e maçãs, por exemplo, vão ser duramente atingidas e as perdas podem atingir US$ 191 bilhões em todo o mundo.

A maioria dos polinizadores é considerada selvagem, são mais de 20 mil espécies de abelhas, algumas de moscas, borboletas, mariposas, vespas, besouros, pássaros, morcegos e outros vertebrados.

Os especialistas afirmam que 16% dos polinizadores vertebrados e mais de 40% dos invertebrados estão sob ameaça de extinção.

Para combater o problema, os países devem promover práticas agrícolas sustentáveis e criar reservas para esses polinizadores em áreas rurais e urbanas.

Outras recomendações são uma rotação das safras plantadas, reduzir o uso de pesticidas e utilizar, quando possível, o conhecimento indígena local.


Fonte: Rádio ONU

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